Apesar de Portugal estar no bom caminho para atingir a descarbonização, ainda há muito a fazer para que, até 2050, seja possível concluir um processo tão complexo.
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Para Patrick Oliva, Founder Paris Process on Mobility and Climate Change, é necessária uma visão mais neutral nesta transformação de abandono dos combustíveis mais poluentes. Isto é, apesar de a eletrificação ser uma grande aposta, Patrick defende que os países devem manter uma visão aberta quanto a diferentes combustíveis que sejam não poluentes. "Temos de fazer mais e agora", salientou, no debate sobre Descarbonização dos Transportes, que decorreu esta sexta-feira no Lisbon Mobi Summit.
Utilizar o hidrogénio como combustível automóvel é uma possibilidade apontada por Oliva. A aposta foi feita no passado, mas praticamente abandonada entretanto, com exceção em alguns países asiáticos e com a Alemanha também a não desistir por completo. O responsável considera que talvez combinar baterias de diferentes fontes poderá ser uma solução para se chegar mais rapidamente a soluções viáveis e económicas.
"Os (atuais) veículos elétricos não nos dão tudo o que precisamos", afirmou. É essencial que os transportes evoluam, pois é por eles que a descarbonização poderá ser maior e feita no mais curto prazo. É necessário energia eficiente, mas é preciso também pensar nos custos, de forma a que todos saiam beneficiados. "É preciso combinar os elementos para crescer", disse, apelando: "Não podemos ter medo dos diferentes investimentos."
Patrick Oliva avisou que neste momento se descarrilou rumo ao objetivo da descarbonização em 2050. "Mas acredito que podemos lá chegar."