Um estudo promovido pela Confederação Empresarial Portuguesa refere que a redução da Taxa Social Única "não é necessária" para todo o universo empresarial português, defendendo-a só para a indústria, hotelaria e transportes.
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Segundo o presidente da Confederação Empresarial Portuguesa (CIP), António Saraiva, o estudo, apresentado quarta-feira ao ministro da Economia, revela que uma redução de 4% na Taxa Social Única (TSU) - actualmente nos 23,75% -- para o universo das empresas nacionais "equivale a uma redução de receita [do Estado] em 1600 milhões de euros, que tinha de ser compensada", disse.
"Mas nem todas as empresas necessitam de reduzir a Taxa Social Única. Há empresas com índices de rentabilidade, estão modernizadas, equiparam-se a tempo, saíram do que é hoje a mediania da situação portuguesa e não necessitam que se lhes baixe a TSU", afirmou o presidente da CIP, na noite de quarta feira, numa tertúlia no Casino da Figueira da Foz.
O estudo focalizou a redução da TSU no sector industrial, hoteleiro e de transportes e conclui que com uma diminuição em 11,75 pontos percentuais (para os 12%) em empresas daquelas três áreas de actividade, o valor necessário para compensar a quebra de receitas situa-se em 1258 milhões de euros, "muito aquém" dos 1600 milhões referidos.
"Na nossa perspectiva (...) não é necessário universalizar a medida, até porque ela não é necessária para todas as empresas ou para todos os sectores de actividade", referiu António Saraiva.
Questionado pela jornalista Fátima Campos Ferreira, anfitriã da tertúlia "Conversas do Casino" sobre a aplicação da redução da TSU, António Saraiva disse ter a promessa do Governo de que aquela taxa será "brevemente" revista.
"Foi-nos prometido que brevemente seríamos agradavelmente surpreendidos com uma redução desta taxa. Presumo que muito antes do final do ano, admito que durante este próximo mês [Julho] venha à luz do dia esta redução significativa", referiu o presidente da CIP.
Segundo António Saraiva a "redução significativa" tem de ir "forçosamente" além dos quatro por cento. "Se baixar apenas 4% o resultado para as empresas é nada", argumentou.