O Banco de Portugal (BdP) prevê que a inflação suba para 4% este ano, 2,2 pontos percentuais acima dos 1,8% previstos anteriormente, e no pior dos casos poderia chegar aos 5,9%.
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De acordo com o boletim económico de março, no cenário central, a instituição liderada por Mário Centeno estima que a inflação aumenta em 2022 para 4%, antes de se reduzir para 1,6% em 2023 e 2024.
"O aumento da inflação em 2022 está associado à subida do preço das matérias-primas, energéticas e outras, e à manutenção de constrangimentos nas cadeias de abastecimento globais", explica o regulador bancário.
O supervisor assinala ainda que "a recuperação da procura dos serviços mais afetados pela pandemia contribui também para o aumento da inflação". "Estes efeitos dissipam-se no horizonte de projeção, mas são parcialmente contrabalançados por pressões acrescidas sobre salários e preços, num contexto de utilização mais intensiva dos recursos na economia portuguesa", explica.
Previsão de crescimento económico em 4,9%
O BdP cortou ainda as previsões de crescimento económico em 2022 em 0,9 pontos percentuais, para 4,9%, devido ao impacto da guerra na Ucrânia e ao efeito "carry over" de 2021, mas, num cenário adverso, o PIB pode crescer 3,6%.
As projeções hoje divulgadas para este ano ficam próximas das do Conselho das Finanças Públicas (CFP), que antecipa uma subida de 4,8%. A estimativa oficial do Ministério das Finanças é de 5,5% para este ano, mas o Governo já admitiu rever em baixa o cenário macroeconómico na proposta do Orçamento do Estado.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento prevê uma expansão do PIB de 5,8% e a Comissão Europeia de 5,5%. Já o Fundo Monetário Internacional espera um crescimento de 5,1%.