Os cinco maiores bancos em Portugal tiveram um resultado líquido de 1219,5 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, o que significa uma ligeira redução de cinco milhões de euros (-0,4%) em comparação com o trimestre homólogo. O lucro estagnou, mas em valores altos.
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Os bancos com maiores lucros foram a CGD (393 milhões de euros), o Santander Totta (268,8 milhões), o BCP (243,5 milhões), o Novobanco (177,2 milhões) e o BPI (137 milhões). Juntos, tiveram um resultado líquido de 1219,5 milhões de euros no trimestre, 13,55 milhões de euros por dia. É menos 0,4% do que há um ano, mas a estagnação acontece num patamar recorde: em 2021 foram 303 milhões de euros de lucro; em 2022 duplicou para 605 milhões; em 2023 subiu 54% para 919 milhões; em 2024 cresceu 33% para 1224,5 milhões.
A CGD apresentou na quinta-feira um resultado muito próximo ao do trimestre homólogo de 2024, embora no vermelho. Viu o lucro cair apenas 0,4% num cenário em que a margem financeira teve uma diminuição drástica de 11% “com a descida das taxas de juro”, justificou, em comunicado. O sinal positivo vai para o aumento do volume de negócios e das carteiras de crédito, de particulares ou de empresas, para habitação e consumo.
Com uma diminuição do lucro também está o Santander Totta (menos 8,7%) e o Novobanco (menos 1,9%). O Millennium BCP aumentou os lucros em 4,1% e o BPI em 13,2%. Embora o BPI tenha sido o que mais cresceu no primeiro trimestre, o resultado foi impulsionado pelos dividendos de 46 milhões de euros do Banco de Fomento de Angola. Se fosse só em Portugal, o resultado caía 13%. “Se Portugal não crescer, o BPI não vai crescer”, avisou o CEO, João Pedro Oliveira e Costa.
Sem exceções, todos aumentaram a receita com comissões líquidas que os clientes pagam e, no total, a cobrança foi de 629,4 milhões de euros, mais 20 milhões (3,3%) do que no trimestre homólogo. Esta receita representa metade dos lucros.
O campeão das comissões continua a ser o BCP, que angariou 201,4 milhões de euros no primeiro trimestre, num aumento de 2,1%. A CGD cobrou 147 milhões de euros (mais 3,5% do que no trimestre homólogo), o Santander Totta 121,7 milhões (mais 0,7%), o Novobanco 84,3 milhões (mais 12,4%) e o BPI 75 milhões (mais 1,4%).
O regime de garantia pública para créditos à habitação de jovens até aos 35 anos, em vigor há quatro meses, continua com alta procura. Só a CGD já recebeu 6800 pedidos de empréstimos para comprar casa ao abrigo do regime, revelou Paulo Macedo, CEO da CGD. Já foram assinados 2800 contratos, num total de 530 milhões de euros, sendo que a garantia estatal é de, no máximo, 15% do valor de cada contrato.