Os bancos internacionais rejeitaram, esta quarta-feira, qualquer acordo sobre a reestruturação da dívida soberana grega, disse o presidente do Instituto Financeiro Internacional (IFI), que representa a banca nas negociações em Bruxelas.
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"Não houve qualquer acordo relativo à Grécia, nem quanto a qualquer reestruturação", disse em comunicado Charles Dallara, presidente do IIF.
"Mantemo-nos abertos ao diálogo tendo em vista um acordo voluntário. Não há nenhum acordo quanto a qualquer elemento do plano", acrescentou Charles Dallara.
O comunicado do presidente do IFI segue-se ao encontro, em Bruxelas, que visava chegar a um acordo quanto às perdas que a banca poderia aceitar num caso de reestruturação da dívida soberana grega, e na qual participaram o presidente francês Nicolas Sarkozy e a chanceler alemã Angela Merkel, à margem de uma cimeira dos chefes de Estado e de Governo da União Europeia, à qual se seguiu uma outra só para os países da zona euro.
A presença dos líderes das duas maiores economias europeias não foi, no entanto, suficiente para convencer os banqueiros que, segundo Dallara, tinha feito "uma nova e significativa proposta" aos responsáveis europeus.
Os lideres da zona euro tinham prometido chegar hoje a uma "solução abrangente" para resgatar a Grécia, resolver a crise da dívida soberana na moeda única e recapitalizar a banca europeia.
"A proposta feita visava uma troca de dívida voluntária, para apoiar a Grécia, mas não posso dizer mais", disse Frank Vogl, da IFI, citado pela agência noticiosa France Presse.
Os banqueiros e a União Europeia mantêm-se assim divididos quanto à extensão da reestruturação de cerca de 100 mil milhões de euros de dívida grega, para ajudar à sustentabilidade financeira e económica da Grécia.
Em julho, a banca e Bruxelas tinham chegado a um acordo, com os bancos a aceitar perdas de 21 por cento, que se vieram a revelar insuficientes, havendo notícias que dão conta da necessidade de chegar a 60 por cento de perdão da dívida.
Na terça-feira, o IFI já avisou que uma reestruturação grega que não seja aceite pelos credores privados será tomada como um incumprimento.
"Há limites, no entanto, para o que pode ser considerado voluntário para os investidores e para os participantes no mercado", disse Dallara, na altura.