O presidente da Comissão Europeia incentivou, esta quarta-feira, Portugal a "executar correctamente" o programa de ajustamento negociado com a 'troika internacional' que permitirá ao país ficar "numa situação melhor", apesar da sua aplicação ser "dolorosa"
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"Gostaria de sublinhar que, para os Estados-membros com este tipo de programas [Portugal, Grécia e Irlanda], a sua implementação é necessariamente dolorosa", disse José Manuel Durão Barroso na sessão inaugural do 'Brussels Economic Forum', uma conferência anual organizada pela Comissão Europeia.
Para o presidente da Comissão Europeia, a execução dos programas de reformas "implica a correcção de desequilíbrios profundos, em muitos casos associados a vastos interesses". Mas, "se for implementado correctamente, o país ficará numa situação melhor", assegurou Durão Barroso, acrescentando que "os resultados não serão visíveis imediatamente, mas serão uma realidade".
O dirigente máximo da Comissão Europeia insistiu na necessidade de se ter "paciência" e "perseverança". "Consistência é um princípio fundamental de qualquer política económica ou financeira", concluiu.
Sobre a actual situação da Grécia, Durão Barroso realçou a necessidade de se dar "prioridade à implementação, de uma forma decisiva, do que foi acordado em termos políticos e económicos", tendo criticado o aparecimento "todos os dias" de "novas ideias ou novas condições".
E acrescenta: "Deixem-me ser absolutamente claro, a reestruturação da dívida nunca poderia ser uma alternativa aos ajustamentos dolorosos que têm de ser implementados".
Os ministros das Finanças da Zona Euro e da União Europeia aprovaram segunda-feira o programa de assistência Financeira a Portugal, o terceiro país da moeda única a receber este tipo de resgate.
Para receber a assistência financeira, Portugal comprometeu-se a realizar um programa de três anos, de junho de 2011 até meados de 2014, que inclui reformas estruturais para assegurar um aumento do potencial de crescimento da economia, a criação de empregos e a melhoria da competitividade.
O programa contém ainda uma estratégia de consolidação dos desequilíbrios das finanças públicas, que inclui a redução do défice orçamental para 3 por cento do PIB até 2013, e um regime de apoio ao sistema bancário até 12 mil milhões de euros.