O Banco Central Europeu (BCE) interrompeu hoje uma série de sete descidas consecutivas das taxas de juro diretoras, mantendo a taxa de depósitos em 2,00%, o nível mais baixo desde o início de 2023.
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Hoje reunido em Frankfurt, na Alemanha, o Conselho do BCE decidiu manter a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de depósito nos 2,00%, enquanto as taxas de juro das operações principais de refinanciamento e da facilidade permanente de cedência de liquidez continuam em 2,15% e 2,40%, respetivamente.
No comunicado em que anunciou a manutenção do valor destas taxas diretoras, o Conselho do BCE refere que está "pronto para ajustar todos os instrumentos à sua disposição para garantir que a inflação se estabiliza na meta de 2% no médio prazo".
O Conselho do BCE considerou que a inflação está atualmente dentro deste objetivo e que as informações que tem recebido estão em linha com a anterior avaliação das perspetivas deste indicador.
No entender dos governadores, as pressões sobre os preços internos "continuaram a diminuir, com os salários a crescerem mais lentamente".
Apesar de considerar que a economia "se tem provado resiliente num ambiente global desafiante", o Conselho do BCE aponta que este continua "excecionalmente incerto, especialmente devido aos conflitos comerciais".
A manutenção das taxas de juro diretoras foi ao encontro das previsões dos analistas, que estimavam que os governadores europeus segurassem estes valores nesta reunião.
Ainda assim, os analistas acreditam que haverá um novo corte de 25 pontos base até ao final do ano, que deixará a taxa de depósitos nos 1,75%, mas que apenas deverá acontecer depois de agosto.
Desde junho de 2024 que o BCE tem invertido o seu ciclo de restrição iniciado dois anos antes para combater a subida de preços, tendo a taxa de depósito passado de um recorde de 4,0% para 2,0%, um valor que não é considerado prejudicial para a economia.