O empresário Belmiro de Azevedo afirmou esta terça-feira que Portugal está longe da Grécia, mas às taxas actuais não tem nenhuma hipótese de pagar a dívida, e considerou que a dívida soberana deve ter como ambição os três A.
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"Neste momento, estamos longe da Grécia, mas às taxas actuais não temos nenhuma hipótese de pagar a dívida", afirmou o 'chairman' da Sonae, à margem das II Jornadas da AEP/Serralves sobre a reindustrialização do País, no Porto.
Para o empresário, "a [notação da] dívida soberana deve ter como ambição os três A" [AAA], que, referiu, Portugal teve, mas "destruiu esse valor importante, que vale 10 mil milhões de euros".
A República, declarou, "tem que ser governada de forma a garantir uma avaliação [pelas empresas de rating] de três A".
Segundo o líder da Sonae, "as taxas de juro actuais são exorbitantes e vão demorar muito tempo a cair", considerando que "só vão cair se houver algum tipo de acordo que permita, não digo perdão, mas um comportamento que dê tratamento de triple A".
Acrescentou que "as taxas de juro só cairão se houver disciplina orçamental", mas, alertou: "Está provado que a nossa disciplina orçamental é igual à da Madeira".
