Com a aproximação da Black Friday, na próxima sexta-feira, a Check Point Software Technologies detetou, no último mês e meio, um crescimento semanal de mais de 5300 sites maliciosos relacionados com compras online.
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No dia em que as vendas duplicam de valor e os portugueses procuram oportunidades para comprar prendas de Natal com desconto, os cibercriminosos e as falsas promoções também encontram oportunidade de atacar.
"Há milhões de sites maliciosos e, nas últimas semanas, encontrámos mais de 5300 novos por semana", clarifica Rui Duro, diretor-geral da Check Point Software Technologies em Portugal. "O cibercrime ataca quando há oportunidade e a Black Friday é uma altura em que mais pessoas procuram promoções online e estão vulneráveis", alerta. Sites mais conhecidos, como o da Amazon, ou marcas cobiçadas, como a Michael Kors, estão entre os que surgem replicados, com endereços muito semelhantes aos originais e ofertas de "descontos impossíveis, que deviam fazer desconfiar".
O que acontece a quem cai no engano? "Podem roubar as credenciais de acesso, nomeadamente à banca, instalar malware que permite roubar dados, fotos, fazer ramsonware [assumem controlo do computador e só devolvem mediante pagamentos] e até roubar a identidade", avisa o especialista.
Na Dark Net, a rede onde o cibercrime fermenta, "há cada vez mais ofertas de emprego e de colaboradores, em Portugal, para organizações criminosas que têm uma grande capacidade de investimento e funcionam como verdadeiras empresas: têm o departamento de informática, o programador, o hacker, o criador de fraudes e até comerciais para vender os dados a terceiros", explica.
vendas a duplicar
Já antes da pandemia que a Black Friday começava a ganhar expressão, em Portugal, online e nas lojas físicas. No ano passado, porém, nota fonte do Kuanto Kusta (KK), o aumento de pesquisas de produtos (num total de três milhões) não se concentrou só naquela sexta-feira de promoções, mas durou todo o mês. Este ano, vai no mesmo sentido. O valor das compras é de tal ordem ampliado que "comparando o dia da Black Friday com a sexta-feira que antecipa o Natal, em 2020 registámos um aumento de mais de 400% em receitas e cerca de 500 mil visitas num dia".
"[Em 2020] As encomendas subiram 800% face à Black Friday de 2019, totalizando mais de 100 milhões de euros transacionados nas lojas presentes no mercado digital do KK", acrescentou a mesma fonte, que prevê resultados similares este ano.
A gestora da rede multibanco SIBS não divulga o valor global das vendas naquele dia, mas revela que o valor das compras na Black Friday de 2020 duplica o valor médio dos outros dias de novembro. Cada cartão que pagou compras nesse dia gastou, em média, 80,1€ e até os valores pagos com MB Way triplicaram online e quase sextuplicaram (5,7%) em lojas físicas. As compras online cresceram 27% na semana da Black Friday, desvenda a SIBS, que identifica maiores crescimentos da sexta-feira em causa nos setores de jogos, brinquedos e puericultura (3,3 vezes em valor), perfumaria e cosmética e moda e acessórios (ambas três vezes).