PSI20 teve maior queda desde 2008. Combustíveis vão ficar mais baratos.
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9 de março de 2020 vai ficar nos calendários como um dia negro para os mercados financeiros. As Bolsas, um pouco por todo o Mundo, sofreram quedas históricas, depois de a Arábia Saudita e a Rússia terem iniciado uma guerra de preços no petróleo, agravando os receios de uma recessão à escala mundial. Em Lisboa, o principal índice (PSI20) deu um tombo de 8,66%, a maior queda diária desde 2008, aquando da falência Lehman Brothers. Ao todo, evaporaram-se da Bolsa 5270 milhões de euros num só dia, com os investidores a procurarem refúgio na segurança da dívida soberana dos países mais fortes.
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Menos 10 a 15 cêntimos
E nas restantes praças da Europa, o dia não foi melhor. Em Madrid, o IBEX35 terminou com uma queda de 7,96% e, em Paris, o CAC40 desvalorizou 8,39%. Do outro lado do Atlântico, logo no arranque das praças norte-americanas, o índice S&P500 afundou 7%, tendo a sessão sido interrompida durante 15 minutos para travar as perdas.
Depois de, na sexta-feira, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) não ter convencido a Rússia a reduzir a produção mundial de petróleo, na tentativa de travar a queda dos preços abalados pela quebra da procura devido ao Covid-19, a Arábia Saudita anunciou, de surpresa, a decisão de aumentar a sua produção já a partir do próximo mês e descer os preços para os seus clientes. Objetivo inundar o mercado e esmagar a concorrência, forçando, assim, uma redução da oferta. A Rússia já anunciou que também poderá aumentar a sua produção.
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Uma queda acentuada dos preços do petróleo irá penalizar, sobretudo, os pequenos produtores mundiais, em especial países como a Venezuela, Angola, Brasil e o Irão.
Após o fecho dos mercados na Europa, o petróleo transacionado em Londres, estava a cair cerca de 20% para 36,12 dólares por barril, depois de ter chegado a perder 30%.
Pedro Lino, administrador na Optimize Investment Partners, explica que "os contratos negociados hoje terão efeito na próxima segunda-feira. Esta quebra de 30% em dois dias resultará na maior queda de sempre de preços nas bombas de gasolina, em média entre 10 e 15 cêntimos, no mínimo".