A Bolsa nacional fechou ontem em forte alta sustentada pela expectativa de que a ajuda à Grécia será desbloqueada nos próximos dias.
Corpo do artigo
O optimismo em torno das ajudas a Atenas veio reduzir a percepção do risco da dívida portuguesa, levando a taxa de juros das obrigações e os Credit Default Swaps a descer. A "yield" das obrigações a 10 anos desceu 32 pontos base para 5,452%, quando na quarta-feira estava nos 5,82%.
Depois das fortes quedas registadas nos últimos dias, o PSI 20 fechou a ganhar 4,59% para os 7.339,20 pontos, o maior ganho desde Novembro de 2008. Os 20 títulos encerraram positivos, numa sessão em que foram transaccionados 138,5 milhões de acções. A banca foi o sector que mais impulsionou o principal índice nacional - já que evoluiu no sentido do sentimento dos juros - com ganhos entre 6 e 8%. Mais de 10 cotadas do PSI 20 encerraram a subir mais de 6%, tendo a Altri e a Sonae Indústria registado ganhos superiores a 10%.
Lisboa acompanhou, assim, as congéneres europeias, que dispararam depois de o comissário europeu para os Assuntos Económicos e Financeiros ter anunciado que o pacote de ajuda à Grécia está "praticamente concluído". A Grécia fechou a escalar 8,83%. A bolsa madrilena subiu 2,20%. A praça lisboeta foi a segunda que mais terreno ganhou na Europa. "A esta subida está inerente não só as fortes quedas verificadas nos últimos dias, o que trouxe compradores ao mercados, pois alguns papéis estavam relativamente baratos, mas também o facto de as taxas de juro da dívida pública terem descido", justificou ao JN, Paulo Rosa, da Gobulling do Banco Carregosa. Segundo os analistas, os investidores vão estar cautelosos e as próximas semanas serão marcadas pela volatilidade. Para já, é "difícil" uma estabilização dos mercados, até porque "haverá grande ansiedade em saber se depois da Standard & Poor's, outras casas como a Fitch ou a Moody's, vão alterar o 'rating' para Portugal", afirmou Paulo Rosa.
Ontem, o euro também recuperou face ao dólar, tendo subido para 1,3226 dólares.