"Brexit" e sanções sem impacto nos custos de financiamento

Segundo a página do IGCP - Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública na Bloomberg, o total de propostas para as Obrigações do Tesouro (OT) a 10 anos foi de 869 milhões de euros, 1,49 vezes o montante colocado, e para as OT a seis anos cifrou-se em 831 milhões de euros, 1,46 vezes o montante colocado.

No anterior leilão comparável de OT a dez anos, em 9 de março último, o Tesouro colocou 621 milhões de euros a uma taxa de juro média de 3,1380% e a procura atingiu 993 milhões de euros, 1,60 vezes superior ao montante colocado.

O IGCP tinha anunciado para estas duas colocações um montante indicativo global entre 1000 milhões e 1250 milhões de euros.

As datas de vencimento das OT a seis e a 10 anos colocadas esta quarta-feira são 17 de outubro de 2022 e 21 de julho de 2026.

citacao "Apesar do 'Brexit' mas sobretudo da hipótese das sanções, nada disso teve qualquer reflexo nos custos de financiamento do país esquerda

Segundo Filipe Silva, diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa, "os resultados saíram dentro do esperado" e "na emissão de dívida a seis anos, a taxa que saiu em linha com o mercado".

"Na emissão a 10 anos não notamos grande diferença face à taxa conseguida em março passado. A República Portuguesa colocou todo o montante que pretendia e as taxas não foram nenhuma surpresa", referiu.

"Apesar do 'Brexit' [saída do Reino Unido da União Europeia] mas sobretudo da hipótese das sanções a Portugal por parte da União Europeia, nada disso teve qualquer reflexo nos custos de financiamento do país nos leilões de hoje", disse Filipe Silva, concluindo que "Portugal continua a ser uma boa alternativa para os investidores de dívida pública, dado que os países com melhor 'rating' [avaliação] apresentam taxas negativas nos prazos longos".

A 1 de julho, o IGCP tinha anunciado que Portugal iria voltar a emitir dívida de longo prazo em leilões e operações sindicadas no terceiro trimestre.