A Comissão Europeia escusou-se a revelar o teor das medidas alternativas introduzidas no programa de ajustamento português para compensar o recuo na Taxa Social Única, mas afirmou que cumprem os mesmos objetivos orçamentais e estruturais.
Corpo do artigo
Questionado na conferência de imprensa diária do executivo comunitário sobre o teor das medidas alternativas introduzidas no programa de ajustamento para compensar o recuo na TSU, o porta-voz dos Assuntos Económicos da Comissão Europeia reiterou que cabe ao Governo português revelar o seu conteúdo.
"Tudo o que posso dizer é que a Comissão alcançou, com as restantes instituições da 'troika' [Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional], um acordo 'ad referendum' [locução latina que significa para aprovação], um acordo a nível técnico, essencialmente", afirmou Simon O'Connor.
Na segunda-feira, depois de o presidente da Comissão, Durão Barroso, ter anunciado, em Lisboa, que o executivo comunitário já tinha aprovado as medidas alternativas apresentadas pelo Governo português, o porta-voz do comissário Olli Rehn disse à Lusa que o memorando com as novas medidas foi acordado no "final da semana passada", necessitando ainda de aprovação formal.
Simon O'Connor lembrou que a decisão sobre a aprovação formal da quinta revisão do memorando está prevista para a reunião que os ministros das Finanças da zona euro (Eurogrupo) e da UE (Ecofin) vão celebrar a 08 e 09 de outubro, no Luxemburgo.
Na semana passada, a Comissão Europeia disse esperar que o Governo português encontrasse alternativas à alteração da TSU, que em "números e em qualidade", não alterassem o acordo global e as metas acordadas com a 'troika'.
"Cabe às autoridades portuguesas decidir medidas que possam consubstanciar em números e em qualidade - insisto, em números e em qualidade -, o caminho de ajustamento orçamental acordado, que foi recentemente revisto", durante a quinta missão da 'troika', afirmou, na altura, o porta-voz do executivo comunitário Olivier Bailly.