O sector bancário criou a crise económica actual, por isso "é justo que ajude a pagá-la". Foi desta forma que Durão Barroso defendeu a criação de um imposto sobre os bancos, há dias, uma iniciativa que ganhou adeptos e que Bruxelas lança na quarta-feira.
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Em Berlim, ontem, o comissário responsável pelo mercado interno anunciou que na próxima semana vai propor a criação de uma taxa bancária ao nível da União Europeia. Michel Barnier pretende garantir que os instituições financeiras assumam a sua parte dos custos nesta e em futuras crises financeiras e "a prevenção custa menos que a resolução", garante Barnier.
Os resultados desta taxa deverão ser reservados num fundo de maneio para dissolver possíveis problemas de liquidez, para que "o dinheiro dos contribuintes não será a primeira linha de defesa" dos problemas económicos, explicou ontem em Berlim.
O comissário francês explicou já que o fundo a constituir não servirá para assegurar os bancos, mas será antes para prevenir futuras crises económicas. Do gabinete de Michel Barnier, asseguram que a intenção é que cada país crie a figura deste fundo a breve prazo.
Discussão a nível do G20
O lançamento da referida taxa foi feito durante uma reunião preparatória do próximo encontro do G20 que vai acontecer em Junho em Toronto, no Canadá.
Este imposto já coleccionou alguns adeptos. A chanceler alemã, Angela Merkel, está na primeira linha e defende que deveria ser uma medida a adoptar por todos os membros do G20 - as economias mais industrializadas do mundo. O Canadá mantém-se intransigente e pode ser acompanhado pelo Estados Unidos. O ministro das finanças Tiff Macklem disse que "provavelmente não haverá uma solução unânime" na cimeira do G20, o que deixa perceber que o Canadá não pretende aceitar a taxa bancária.
Esta taxa foi há um mês defendida pelo presidente da Comissão Europeia, no Parlamento Europeu. Durão Barroso disse que era "justo" que o sector bancário contribuísse para o futuro das economias, depois de ter sido ele próprio a criar os problemas.