Investigadores franceses fizeram buscas em instalações da Renault. Suspeitas de que pode haver fraude nas emissões de gases, atiram ações da marca francesa para o fundo.
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"Houve buscas conduzidas por investigadores de casos de fraude em várias instalações da Renault", na passada semana, revelou, esta quinta-feira, o dirigente sindical Florent Grimaldi.
O alvo da investigação foram fábricas de motores da marca francesa o que sugere, segundo o sindicato, que as buscas "estão ligadas às consequências do escândalo da Volkswagen".
No entanto, os sindicatos da Renault asseguram que nenhum "software" foi detetado nos seus motores a gasóleo, conforme aconteceu com o escândalo na Volkswagen.
Fonte citada pela agência AFP refere que as buscas ocorreram no centro de engenharia de Lardy, o centro tecnológico de Guyancourt (Yvelines), as instalações de Plessis-Robinson e na fábrica de Boulogne-Billancourt (Hauts-de-Seine). "Eles levaram os computadores pessoais de vários diretores", disse a mesma fonte.
"Na quarta-feira questionámos a administração sobre o assunto, mas não recebemos qualquer resposta", afirmou à AFP Franck Daout, um representante do sindicato.
A revelação desta informação causou um tombo no valor da Renault em bolsa. As ações da marca francesa estão a cair cerca de 20%, para os 69,02 euros, enquanto os do concorrente Peugeot sofriam também uma queda de 7% para 13,07 euros.
As ações da Renault estão a ter o pior dia em bolsa deste 17 de novembro de 1994. A empresa perdeu cerca de cinco mil milhões de euros de capitalização em bolsa, desde as 10.40 horas desta quinta-feira.
No ano passado, a Volkswagen admitiu ter usado um software para manipular as emissões de gases poluentes nos motores a diesel das viaturas vendidas nos EUA, que motivou, em setembro, a abertura de uma investigação criminal contra o grupo alemão. O escândalo obrigou à recolha de milhões de veículos em todo o mundo e pelo menos 117 mil automóveis em Portugal.
Foi o início de uma bola de neve, com ramificações nas outras marcas do grupo, como Audi, Seat, Skoda, Volkswagen e Volkswagen Veículos Comerciais. Recentemente, a nova administração da Volkswagen culpou a falta de ética de alguns trabalhadores e desculpabilizou as estruturas de topo da empresa.