Animais estão entre os desejos mais comuns que chegam aos Correios. Mas há meninos que sonham viajar de balão.
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É no terceiro piso da estação dos CTT na Avenida Marechal Gomes da Costa, em Lisboa, que se encontram os dois ajudantes do Pai Natal, sentados à secretária com os seus computadores onde são registados todos os nomes e moradas dos pedidos que chegam das crianças. Todas as cartas que sejam endereçadas ao Pai Natal, mesmo que não tenham morada nem selo, terão uma resposta da equipa do Pai Natal. O serviço é gratuito e, no dia em que o JN lá foi, tinham chegado 17 mil cartas.
Quando chegam, é feita uma triagem entre as cartas redigidas por turmas e aquelas escritas por crianças com o apoio da família. Feita esta separação, as cartas passam para a ajudante Mónica Lisboa que, há 16 anos, as lê e lhes dá uma resposta em conjunto com um brinde.
Perto dos ajudantes encontram-se caixotes cheios de cartas coloridas escritas por crianças de todo o país.
A resposta é igual para todos os meninos, só o nome (e a morada) diferem. Ao JN, Mónica Lisboa, uma das funcionárias mais antigas, frisou a importância de todos os dados estarem corretos de modo a não falhar as entregas das respostas e não estragar a "magia do Natal".
A lembrança a ser distribuída para as crianças este ano é um segredo a que o JN não teve acesso mas, nos anos anteriores, os brindes incluíram puzzles, canetas ou blocos de notas, segundo a ajudante do Pai Natal.
De acordo com Mónica Lisboa, os pedidos são "diversos" e "dependem da faixa etária". A ajudante do Pai Natal elencou alguns dos pedidos deste ano, como cães, viagens de balão ou viagens para os avós. Quando questionada sobre o pedido que mais a marcou, a ajudante do Pai Natal referiu que as crianças, por vezes, pedem um "mano" ou uma "mana".
Por estar frio no Pólo Norte, no ano anterior, as crianças quiseram proteger a equipa do Pai Natal do coronavírus e, por isso, os meninos enviaram muitas máscaras com as quais os CTT fizeram uma pequena exposição.
"Gratificante" é a palavra que Mónica Lisboa usa para descrever todo o processo de dar resposta às cartas com os pedidos natalícios das crianças e "continuar a colaborar na magia do Natal".
O "escritório do Pai Natal" dos CTT recebe todos os anos cartas de milhares de crianças de todo o país. Os Correios começaram a ajudar o Pai Natal em 1985.
À lupa
Natal solidário
Outra iniciativa, a do "Pai Natal Solidário", encarrega-se de dar resposta aos desejos de crianças institucionalizadas.
Estimativa de cartas
Os CTT estimam receber cerca de 160 mil cartas. Em 2020, receberam 150 mil.