O deputado do CDS-PP Artur Rego manifestou-se, esta sexta-feira,convicto de que o aumento do risco de pobreza registado em 2013 será menor em 2014 devido à descida da taxa de desemprego, refletindo uma realidade "substancialmente diferente".
Corpo do artigo
"Temos a convicção que os números hoje são diferentes dos números apresentados no relatório do INE que são respeitantes a 2013. A descida da taxa de desemprego implica que dezenas de milhares de famílias saíram de situação de pobreza ou de limiar de pobreza", afirmou Artur Rego.
O deputado centrista reagia aos jornalistas, no Parlamento, ao Inquérito às Condições de Vida e Rendimento hoje divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), revelando que o risco de pobreza continuou a aumentar em Portugal em 2013, afetando já quase dois milhões de portugueses, de acordo com os dados do INE.
"Sendo números preocupantes, fica-nos a esperança, acompanhada da convicção que queremos transmitir a todos os portugueses, de que os números para 2014 apresentarão já uma realidade relativa aos índices de pobreza em Portugal, substancialmente diferente daquela que agora é apresentada para o ano de 2013", declarou.
Artur Rego disse igualmente que "no mesmo relatório do INE está plasmado que sucessivamente e todos os anos, o Governo, com consciência das dificuldades provocadas pelo programa de ajustamento e a austeridade, teve o cuidado de aumentar anualmente as transferências sociais para a população portuguesa".
"Estamos a falar de pessoas, não estamos a falar de números. Estamos a falar de crianças, estamos a falar de pessoas idosas, deve ser tratado com a dignidade que essas pessoas merecem. Até por isso, achamos lamentável que o PS tenha feito as declarações que fez, fazendo um aproveitamento político, um aproveitamento propagandístico, quase eleitoral", acusou.
Segundo os dados do INE, 19,5 por cento das pessoas estavam em risco de pobreza em 2013 face aos 18,7 por cento do ano anterior, apesar de ter existido um aumento dos apoios sociais às situações de doença e incapacidade, família ou desemprego.
As pensões de reforma e sobrevivência contribuíram para um decréscimo do risco de pobreza em 21,0 pontos percentuais, sendo que, segundo o INE, sem estas prestações e sem os apoios sociais 47,8% da população residente em Portugal estaria em risco de pobreza em 2013.
As estatísticas do INE assinalam ainda que, apesar de o aumento do risco de pobreza ter abrangido todos os grupos etários, foi maior nos casos dos menores de 18 anos, tendo passado de 24,4 por cento em 2012 para 25,6 por cento em 2013.
Os dados revelam ainda aumentos do risco de pobreza das pessoas com emprego(10,7%, mais 0,3 pontos percentuais face a 2012) e dos reformados(12,9%, mais 0,2 pontos percentuais face a 2012).