A deputada do CDS-PP Assunção Cristas considerou hoje, segunda-feira, que o "corte das despesas" deve ser a medida preferencial para a consolidação das contas públicas nacionais já que, defendeu, a "economia portuguesa já está demasiado asfixiada com impostos".
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Num comentário às recomendações feitas hoje pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) para a consolidação orçamental portuguesa, a deputada democrata cristã, Assunção Cristas lembrou que este tipo de organizações "interessam-se mais pelo resultado a que se chega do que propriamente pelo caminho que se leva até lá".
"O relatório da OCDE aponta em todos os caminhos, ou seja, dá vários remédios que conjugados permitirão chegar a uma determinada solução. Saber quais os remédios que preferimos e com que hierarquia depende de uma opção que é política e, portanto, não devemos ver aqui um receituário que soluciona sempre e está isento de outro tipo de reflexões", disse.
E acrescentou: "Continuamos a entender que o caminho primeiro deve ser o do corte das despesas".
Cortes nos consumos intermédios do Estado, reorganização de institutos, cortes nas estruturas de gestão das empresas públicas são algumas medidas apontadas pela deputada do CDS-PP, para quem os portugueses "não comportam mais aumento de impostos".
"O nosso caminho continua a ser sempre o mesmo, que é de rigor e de exigência, que ainda não foi feito no que diz respeito à despesa pública no que diz respeito a um melhor funcionamento e uma melhor gestão do Estado e depois de isso estar feito podemos pensar noutras possibilidades. Mas antes de isso estar feito parece-nos que falar em aumento de impostos, mas isso é uma desculpa para não mexer noutras coisas", referiu.
Para Assunção Cristas, o relatório da OCDE "não dispensa a análise política" e "as opções".
"E nós temos a obrigação e o dever de pensar nas consequências para as pessoas, para o crescimento sustentado da economia e por isso continuamos a dizer que, enquanto não se fizerem cortes sérios no funcionamento do Estado, enquanto não se agilizar e melhorar a gestão, enquanto não se tornar todo o funcionamento mais eficiente, falar no resto é o mais fácil, mas não é aquilo que resolve os nossos problemas", acentuou.