Nos shoppings do Grande Porto a retoma vai sendo feita "aos poucos". Aos fins de semana é necessário controlar acessos para evitar enchentes.
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Um mês após a reabertura, os shoppings ainda não conseguiram recuperar do choque traumático que foi o encerramento quase total das lojas devido à pandemia. A retoma vai-se fazendo "aos poucos" e ninguém quer avançar para já com números: nem de clientes, nem das quebras dos negócios. Os espaços tiveram de se reinventar e, apesar da crise, ainda houve empresas que conseguiram fintar as dificuldades e abrir novos estabelecimentos.
Hugo Santos e a mulher, Sílvia, são o exemplo dessa perseverança. Depois de dois restaurantes "Comida com Amor", em Valongo, arriscaram abrir um terceiro, em novembro, no centro comercial Maia Jardim. "Na altura do confinamento foi muito mau, porque trabalhamos apenas com o takeaway e as entregas ao domicílio, mas as redes sociais acabaram por ser uma grande ajuda", contou ao JN o empresário, congratulando-se por ter mantido "os 14 postos de trabalho".
Do mesmo fala Daniel Vieira, diretor de operações da Solinca, sublinhando que "apesar do mercado dos ginásios ter perdido no geral entre 250 e 300 mil praticantes", conseguiram manter "os cerca de 50 colaboradores do Maia Jardim".
A recuperação do negócio, que conta neste centro comercial com "mais de 2100 clientes", faz-se este mês com a ajuda de uma promoção em Cartão Continente.
João Amaral, diretor da zona norte da Sonae Retail Properties, destacou ao JN que a abertura de dois espaços na área da restauração do Maia Jardim representa "um remar contra a corrente". E destacou que, "comparando abril de 2020 com o mesmo período deste ano, o tráfego de clientes teve um aumento de 2%, mesmo com a limitação dos horários".
clientes têm regressado
Já no Parque Nascente, em Rio Tinto, Gondomar, a diretora, Evelyne Abrial, confirmou que está previsto "para final de junho, início de julho, a abertura de uma perfumaria espanhola, numa loja com mais de mil metros quadrados".
Paulo Santos, com uma loja de croissants no Parque Nascente desde a abertura do shopping em 2003, recordou que o negócio "bateu no fundo" durante a pandemia, mas que os "clientes têm regressado, cheios de saudades".
Prova disso, no Parque Nascente, assim como no NorteShopping, em Matosinhos, são as filas intermináveis para a Primark.
Também o Mar Shopping, em Leça da Palmeira, Matosinhos, retomou o funcionamento em pleno "com três novas lojas e seis espaços remodelados".
Segundo Sandra Monteiro, diretora-geral deste centro comercial, "este último mês , a afluência de clientes e as vendas têm excedido as expectativas", o que a fez confessar estar "otimista" quanto à recuperação.