Cerca de 20 manifestantes "receberam", esta quarta-feira, em Évora, o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, que se deslocou, numa visita não anunciada pelo ministério, às fábricas da empresa aeronáutica Embraer.
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A ação de protesto decorreu junto às instalações da construtora aeronáutica brasileira, na estrada de acesso, onde, pouco depois das 11.00 horas, passou a comitiva de Álvaro Santos Pereira.
A agência Lusa constatou no local que, após as viaturas da comitiva ministerial acederem ao parque da Embraer, protegido por uma vedação, o ministro foi recebido por responsáveis da empresa, seguindo para o edifício administrativo.
A deslocação de Álvaro Santos Pereira às fábricas da Embraer aconteceu horas antes de, em Lisboa, o governante iniciar uma ronda de reuniões, a primeira delas com agentes do setor da mobilidade, como é o caso das indústrias automóvel e aeronáutica.
Nas imediações das duas unidades fabris da Embraer, os pouco mais de 20 manifestantes, em representação da União dos Sindicatos do Distrito de Évora (USDE), "receberam" o ministro da Economia com gritos de "gatuno, gatuno".
Mostrando descontentamento por não terem chegado à fala com Álvaro Santos Pereira, os participantes no protesto garantiram que a situação económica no distrito, devido à crise, "é gritante", defendendo que "tem que ter uma resposta do Governo".
"O homem [ministro] entrou de fugida, teve medo de falar connosco, porque estão em curso despedimentos, nomeadamente na Kemet [fábrica em Évora] e no setor dos mármores, e há falências e insolvências em muitas empresas", criticou Valter Loios, coordenador da USDE.
O sindicalista argumentou ainda que "é preciso pôr fim a esta política e a este Governo, antes que este Governo e esta política acabem com o país".
De acordo com a sua agenda oficial, Álvaro Santos Pereira profere, às 15.00 horas, uma declaração no Ministério da Economia e do Emprego, seguida, 45 minutos depois, do "pontapé de saída" para o conjunto de reuniões que o ministro vai manter no âmbito da Estratégia de Fomento Industrial que o Governo pretende lançar.
Empresas, especialistas, centros de investigação e desenvolvimento, associações representativas de diversos setores, universidades, "clusters" e parceiros sociais vão ser ouvidos, com vista a "uma alargada recolha de contributos para a Estratégia de Fomento Industrial".