O PCP mostrou-se, esta quarta-feira, preocupado com o alegado despedimento de cerca de 200 trabalhadores de uma empresa subempreiteira ao serviço nas minas de Neves-Corvo, em Castro Verde, alertando que "tudo aponta" para um processo de despedimento coletivo.
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Numa pergunta dirigida ao Ministério da Economia, o deputado do PCP eleito por Beja, João Ramos, refere que a EPOS - Empresa Portuguesa de Obras Subterrâneas "dispensou um número de trabalhadores que se poderá aproximar dos 200".
"Tudo aponta para que se trate de um processo de despedimento coletivo", alerta o deputado, referindo que os alegados despedimentos têm ocorrido desde a passada sexta-feira "de forma irregular".
Segundo o deputado, "há trabalhadores dispensados por telefone e outros que, estando já equipados para começarem a trabalhar, são mandados desequipar e despedidos".
A confirmar-se o despedimento de cerca de 200 pessoas, trata-se de "10% dos trabalhadores dos subempreiteiros" contratados pela empresa Somincor, a concessionária das minas de Neves-Corvo, no Alentejo, onde trabalham "cerca de 3000 trabalhadores, mil diretos e dois mil por via de subempreiteiros", refere o deputado.
Através da pergunta, João Ramos quer saber, "com caráter de urgência", se o Ministério da Economia tem conhecimento dos alegados despedimentos, quantos trabalhadores estão envolvidos e se a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) está a acompanhar o caso.
João Ramos lembra que a Somincor, "um dos 10 maiores exportadores do país" e "responsável por 90% das exportações de minérios metálicos", anunciou, há um ano, um investimento na ordem dos 700 milhões de euros, que "garantiria mais 68 postos de trabalho".
A Somincor "esteve a negociar com o Estado português a concessão de mais uma jazida, a de Semblana, o que irá aumentar o tempo de vida útil da mina", frisa o deputado.
"Ainda recentemente", o Ministério da Economia, sob a responsabilidade do anterior ministro, Álvaro Santos Pereira, "anunciava uma estratégia nacional para os recursos geológicos, planos para o desenvolvimento do setor mineiro e até a criação de um gabinete de apoio ao investidor mineiro", lembra João Ramos.