O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, considerou, esta quarta-feira, que o relatório pedido pelo Governo ao FMI sobre cortes nas funções do Estado "confirma o falhanço absoluto das políticas de implementação do memorando da troika".
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Em declarações à Lusa a propósito do relatório do FMI, Arménio Carlos sublinhou ficar demonstrado que as políticas seguidas na sequência do memorando da 'troika', "ao invés de ajudar, estão a afundar o país".
Para a CGTP o relatório do FMI sugere o aumento do desemprego, "condiciona brutalmente o acesso a serviços fundamentais" como saúde, educação e segurança social sem nunca mencionar cortes na despesa, que, para a intersindical, teriam obrigatoriamente que passar pelo fim das Parcerias Público-Privadas (PPP) e dos benefícios fiscais para as grandes empresas.
"Está aí a razão dos problemas do país, mas também no facto de as receitas estarem a diminuir brutalmente. Este Governo continua a apostar na recessão económica com tudo aquilo que lhe está subjacente", acusou.
Arménio Carlos vincou que a "resposta a estes problemas" só pode ser dada com "a participação cívica de todos sem exceção", e apelou a uma participação massiva dos portugueses, "independentemente de posicionamentos políticos ou sindicais", nas ações de protesto que a CGTP está a preparar, com expoente máximo agendado para 16 de fevereiro, com manifestações previstas em todos os distritos do país.
Defendendo o fim do memorando da 'troika', que, para o líder da CGTP, se tornou no "problema que impede as soluções para o país", Arménio Carlos antevê novas medidas de austeridade para os próximos meses se não se inverterem as políticas seguidas.
"Já se provou que esta é uma política que não traz boas notícias. Para a CGTP é preciso dizer basta [à troika e ao Governo]. É preciso acabar com o memorando, porque ele se tornou no problema que impede as soluções para o país. É preciso acabar com a política de direita, porque ela acentua ataques sem precedentes à democracia, à soberania e a direitos fundamentais da população", exigiu hoje o secretário-geral da intersindical CGTP-IN, Arménio Carlos.