A CGTP acusou o Governo de continuar a atacar os trabalhadores da função pública e estimou que os cortes que lhes têm sido aplicados desde 2011 e até 2015 correspondam a 9833 milhões de euros.
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"Embora o Governo tenha apresentado um orçamento eleitoralista traduzido no crescimento económico de 1,5%, mantém 80% dos cortes salariais efetuados", disse o secretário-geral da Intersindical, Arménio Carlos, em conferência de imprensa.
Arménio Carlos, que falava aos jornalistas no final de uma reunião da comissão executiva da Inter, acusou o Governo de, com a proposta de Orçamento do Estado (OE) para 2015, manter "a política de exploração" que se traduz no congelamento das remunerações e da carreiras, na redução do valor do trabalho extraordinário e no aumento do horário de trabalho.
De acordo com cálculos apresentados pela CGTP, entre 2011 e 2015 o Estado poupa 1700 milhões de euros com o congelamento salarial na função pública, 4400 milhões de euros com os cortes nos salários, 1200 milhão de euros com os cortes dos subsídios em 2012, 1486 milhão de euros com o aumento do horário semanal de trabalho e 1047 milhão de euros com a redução de funcionários.
Para a central sindical "a dimensão do roubo na função pública" é de 9833 milhões de euros.
Arménio Carlos salientou ainda que a Administração Pública perdeu 122 mil empregos entre 2009 e o primeiro semestre deste ano e estimou que no próximo ano sejam reduzidos mais 15 mil postos de trabalho na função pública.
O sindicalista lembrou que a proposta de OE que o Governo entregou no parlamento prevê, no âmbito da consolidação orçamental, uma redução da despesa de 313 milhões de euros com a redução de efetivos por via da aposentação, de rescisões por mútuo acordo e da requalificação.
"A redução do emprego na Administração Pública e nas empresas públicas terá um impacto negativo não só para os trabalhadores mas também para os respetivos serviços, que serão reduzidos, com prejuízo para as populações, sobretudo as do interior do país", disse o líder da CGTP.