O secretário-geral da CGTP defendeu, esta terça-feira, que a Comissão Europeia devia preocupar-se em tomar medidas para regulamentar os juros dos empréstimos concedidos pelo Banco Central Europeu em vez de pensar em "ir ao bolso dos trabalhadores".
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A Comissão Europeia não descartou a possibilidade dos cortes nos 13.º e 14.º meses do setor público e dos pensionistas assumirem caráter permanente, embora assegure que tal cenário ainda não foi discutido.
"Teremos de ver se [a medida] se tornará permanente ou não. Mas isso agora ainda não foi discutido", assegurou em Bruxelas Peter Weiss, da direção-geral de Assuntos Económicos e Monetários da Comissão Europeia, e membro da missão de ajuda externa para Portugal.
O secretário-geral da Intersindical admitiu que os cortes definitivos dos 13º e 14º meses possam vir a ser defendidos pela Comissão Europeia.
"Vão dizer que é necessário ir sempre mais longe, mas a Comissão Europeia devia tomar medidas para regulamentar os juros do BCE em vez de ir ao bolso dos trabalhadores", disse Arménio Carlos aos jornalistas à saida de uma reunião com o ministro da Solidariedade.
Os cortes nos 13.º e 14.º meses no setor publico estão previstos durar até 2013, data em que findará o programa de resgate a Portugal.
Peter Weiss, da direção-geral de Assuntos Económicos e Monetários da Comissão Europeia, falou aos jornalistas em Bruxelas, no final da apresentação do relatório sobre a terceira revisão do programa de assistência financeira a Portugal, e considerou "surpreendente" o aumento do desemprego em Portugal.
"O aumento do desemprego mostra que as medidas que estão a ser postas em prática em Portugal, as medidas da troika, estão a falhar. Não precisamos de mais cortes mas sim de pôr a economia na crescer", defendeu Arménio Carlos acrescentando que a politica de austeridade seguida "não resolve os problemas do país, só os agrava".