Os comboios deverão começar a circular nas primeiras horas da madrugada de sexta-feira, depois de terem estado completamente paralisados durante esta quinta-feira à greve de maquinistas e revisores.
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Segundo a porta-voz da empresa, Ana Portela, durante a madrugada de sexta-feira, os efeitos da paralisação ainda se deverão fazer sentir, mas às primeiras horas da manhã a circulação "deverá estar já normalizada".
Os presidentes do Sindicato Nacional de Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ), António Medeiros, e do Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial e Itinerante (SFRCI), Luís Bravo, declararam também à agência Lusa que a greve fez parar "todos os comboios" de passageiros e de mercadorias.
A expetativa da CP e dos sindicatos é que a próxima paralisação, no domingo, produza as mesmas consequências, a paralisação total da circulação ferroviária, dado "o impasse" no ultrapassar das divergências negociais.
Segundo Ana Portela, a CP tem estado aberta ao diálogo com os sindicatos para satisfazer as suas pretensões, "mas não pode deixar de cumprir a lei", as orientações impostas em sede de Orçamento do Estado.
Os presidentes dos dois sindicatos queixam-se de "falta de informação" da empresa relativamente às medidas que vem tomando, e defendem que este conflito só poderá ser resolvido com a intervenção do Governo.
Ambos os dirigentes sindicais se queixam de a empresa ter aplicado retroativamente cortes salariais sobre trabalho em dias de feriado e descanso, obrigando os trabalhadores a repor parte do recebido entre janeiro e maio.
Assim, à semelhança do que aconteceu hoje, no dia 10 de junho também não deverão circular comboios.
A 13 de junho, a greve deverá ter impacto nos serviços urbanos de Lisboa e nas linhas de Sintra, Cascais e Azambuja, também "com a possível supressão da totalidade dos comboios".
Nos comboios de longo curso poderá registar-se a supressão de cerca de metade das circulações a nível nacional, enquanto no serviço regional poderão "ocorrer alguns impactos".
A 24 de junho, serão afetados os serviços urbanos do Porto, onde poderão ser cancelados quase todos os comboios.
Nos serviços de longo curso poderão ser suprimidas cerca de 20 por cento das circulações, enquanto no serviço regional a CP prevê particular impacto nas Linhas do Minho e do Douro, onde poderá nem existir circulação de comboios.
Por fim, a 28 de junho, estão previstas perturbações nos serviços urbanos de Lisboa da linha do Sado, podendo não circular comboios.