O primeiro vice-presidente da Comissão Europeia disse, esta quarta-feira, ser impossível arrastar mais o tema da Grécia e que é preciso um acordo esta semana, após o qual Bruxelas disponibilizará ao país 35 mil milhões de euros nos próximos anos.
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"Devemos encontrar um acordo esta semana sobre a Grécia. Temos de ir diretamente ao ponto, não há mais prolongamento possível. Temos a exigência de responder aos gregos que sofrem", disse Frans Timmermans, ao início da tarde desta quarta-feira, perante o Parlamento Europeu, em Bruxelas.
Para o número dois da Comissão Europeia, é preciso que "todos" se "comprometam" em dar à Grécia possibilidades de voltar a crescer através de um entendimento "razoável" para ambas as partes.
O político holandês reafirmou ainda o que já tinha anunciado esta semana o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, de que quando houver um acordo o executivo comunitário irá dar os passos necessários para fazer chegar 35 mil milhões de euros do orçamento europeu em financiamento à economia grega.
Esse dinheiro deverá ir até 2020 e destina-se a financiar projetos que a Comissão considere que irão ajudar à revitalização económica do país que sofreu uma importante queda da economia desde 2010, quando pediu o primeiro resgate, e cuja taxa de desemprego ronda os 26%.
Esta quarta-feira, ao final da tarde, realiza-se mais um Eurogrupo, um encontro que se prevê longo com os ministros das Finanças da zona euro a discutirem um eventual compromisso com base na apreciação mais aprofundada levada a cabo desde segunda-feira pelas instituições envolvidas nas negociações, Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional.
Depois de no início da semana, as instituições terem considerado as novas propostas gregas uma "boa base" de trabalho e vários líderes europeus terem indicado que um acordo podia acontecer esta semana, hoje o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, já veio lamentar a "repetida rejeição" de medidas propostas por Atenas, apontando que tal "nunca aconteceu com Irlanda nem Portugal" e acrescentando que essa atitude pode ser interpretada como a falta de vontade em ser alcançado um compromisso.
Segundo vários meios de comunicação social, os credores querem mais cortes nas pensões e mais aumentos do IVA (imposto sobre o consumo) e uma subida menor no imposto proposto pelo Governo helénico sobre as grandes empresas.
O acordo com Atenas em torno do programa de assistência financeira é necessário para levar ao desbloqueamento da última tranche do resgate, de 7,2 mil milhões de euros - essencial para as autoridades gregas conseguirem honrar atempadamente os seus compromissos.
Depois do Eurogrupo desta quarta-feira, o tema Grécia também será discutido ao nível de líderes na cimeira de chefes de Estado e de Governo agendada para quinta e sexta-feira, também na capital belga.