Valores dos usados recuam devido ao aumento acelerado da autonomia das baterias, que desatualiza viaturas com poucos anos. Marcas chinesas baratas pressionam preços.
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Américo Barroso, sócio fundador da Só Barroso, está no mercado dos carros em segunda mão há 40 anos e resume o estado do mercado dos elétricos usados numa palavra: “indefinição”. Este especialista e os estudos feitos pelo Standvirtual e pela Marktest confirmam a impressão popular de que os carros elétricos (EV) desvalorizam mais rapidamente do que os carros com motor de combustão. A razão é a desconfiança dos consumidores face à duração das baterias, mas também a redução dos preços dos EV novos e os enormes incrementos tecnológicos que tornam os carros obsoletos em poucos anos.
“Quando alguém compra um carro novo, pergunta-se: quanto é que valerá daqui a cinco anos, quando o quiser trocar? No diesel ou na gasolina consigo responder com uma pequena margem de erro, no elétrico ninguém sabe”, confessa Américo Barroso. “A incerteza é o maior inimigo dos negócios, por isso, este mercado ainda terá de amadurecer”, refere. Um estudo feito pelo Standvirtual e pela Marktest compara a desvalorização do Tesla Model 3 com a do BMW 320 D e conclui que no caso do modelo a diesel a desvalorização é muito gradual, enquanto no elétrico o preço cai a pique.