O presidente da Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, disse, durante um debate com empresários, que "tem faltado bom senso na campanha eleitoral", embora os portugueses estejam "obrigados" a entenderem-se.
"Tem faltado bom senso nesta campanha" eleitoral, criticou o dirigente da CIP, advertindo que, no entanto, "o próximo governo deverá ter uma ampla base de apoio", ou seja, "deverá ser de coligação".
António Saraiva falava, esta sexta-feira à tarde, numa unidade hoteleira da Mealhada (Aveiro), num debate sobre "as opções político-partidárias para a fileira da madeira e do mobiliário", com representantes dos cinco maiores partidos com assento na Assembleia da República, promovido pela Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal (AIMMP).
"Temos de, em concertação social, chegar a um acordo para o desenvolvimento" do país, sustentou o presidente da CIP, sublinhando que "estamos todos, sem excepção, obrigados a entendermo-nos".
Na ocasião, António Saraiva defendeu que "o grande problema das empresas" portuguesas - e não apenas do sector das madeiras e do mobiliário - é o financiamento, seguindo-se "os pagamentos fora de prazo e a falta de funcionamento da justiça".
As leis laborais "só surgem em sétimo lugar" na lista das "principais preocupações das empresas", segundo um estudo interno feito pela CIP aos seus associados, salientou aquele responsável.
"Sector de desperdício zero"
Com este debate, a AIMMP pretende contribuir para "o esclarecimento dos empresários sobre os planos delineados e conhecer as propostas político partidárias para a fileira da madeira e do mobiliário", disse, na abertura da sessão, o presidente desta associação.
As indústrias da madeira e mobiliário "contabilizam 2,1 mil milhões de euros de volume de vendas e exportam 1,5 mil milhões de euros", sublinhou, na mesma altura, Fernando Rolin.
A transformação florestal é responsável, em Portugal, por 14% do PIB [Produto Interno Bruto] industrial, por 9% do emprego industrial e 12% das exportações nacionais", acrescentou.
"Estamos em vias de sermos um sector de desperdício zero e isso orgulha-nos muito", sublinhou o presidente da AIMMP, mas, alertou, "precisamos do apoio dos nossos futuros parceiros políticos".
