A Confederação do Comércio e Serviços de Portugal acusou, esta terça-feira, o Governo de estar a viver a "ilusão da reindustrialização", num comentário às propostas apresentadas pelo Executivo no final do Conselho de Ministros.
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"Pensamos que se perdeu mais uma relevante oportunidade para equacionar os verdadeiros fatores competitivos do país, capazes de gerar um novo modelo económico, o que implicaria ultrapassar conceitos e paradigmas manifestamente obsoletos", aponta a entidade em texto enviado às redações.
O Governo apresentou, esta terça-feira, a 'Estratégia para o crescimento, emprego e fomento industrial 2013-2020', documento que será agora apresentado a parceiros sociais e partidos políticos e que visa relançar a economia e o emprego em Portugal.
Negociar com os bancos a diminuição dos 'spreads' pagos pelas Pequenas e Médias Empresas (PME), a criação de uma "instituição financeira especializada" para relançar economia e o reforço da Caixa Geral de Depósitos (CGD) como entidade de apoio à economia são algumas das prioridades hoje reveladas pelo ministro da Economia e Emprego, Álvaro Santos Pereira.
Para a CCP, contudo, "o discurso saudosista da 'reindustrialização' e do 'fomento industrial' não consubstancia nenhuma via para o crescimento da economia portuguesa, nem pode ser visto como constituindo qualquer alternativa ao esgotado modelo económico em que o país está mergulhado", diz a entidade, há várias décadas.
"O que o país precisa é de políticas públicas orientadas para os novos desafios colocados pela globalização da economia. Desafios esses que significam uma economia capaz de criar e oferecer ao mercado novos produtos (bens e serviços) de maior valor acrescentado, alargando e não restringindo o leque de atividades envolvidas nesta nova dinâmica, investindo cada vez na diferenciação e personalização dos mesmos", nota a entidade presidida por João Vieira Lopes.