
Luís Moutinho, CEO da MC, disse que abertura de novas unidades mantém ritmo acelerado, com inaugurações previstas em Alijó e Guia-Pombal
Pedro Correia/
A cadeia Continente, da Sonae, anunciou esta quarta-feira que vai investir mil milhões de euros nos próximos cinco anos, com o objetivo de abrir mais 100 lojas, 150 remodelações e contratar mais três mil pessoas.
Luís Moutinho, CEO da MC, dona Continente, revelou que o "plano envolve as lojas, o digital, a tecnologia e a logística", no dia em que a empresa comemora 40 anos de existência, com a abertura do primeiro hipermercado em Matosinhos.
O líder da MC explicou que a cadeia já não vai abrir mais hipermercados e que a aposta será nas lojas de proximidade, com a insígnia Bom Dia, sendo que o grupo fechará o ano com 403 lojas.
Luís Moutinho descarta uma expansão internacional do retalho alimentar, sublinhando que "o negócio é muito local" e que a prioridade é reforçar o portefólio em Portugal. "Não nos queremos atrever em loucuras que nos possam fazer mal", afirmou.
Apesar de tudo, a abertura de novas unidades mantém a ritmo acelerado, com inaugurações previstas em Alijó e Guia-Pombal já na próxima semana. Alías, Luís Moutinho sublinha que as maiores oportunidades estão no interior do país, embora também haja espaço para crescer na Grande Lisboa. O início de 2026 será marcado por novas aberturas em Queluz, Alcântara-Terra, Campo de Ourique e Malveira.
Os hipermercados, reconheceu Luís Moutinho, "estão sob pressão a nível nacional e internacional, devido à crescente preferência por lojas de proximidade". Ainda assim, a MC tem apostado na modernização destes formatos, reduzindo áreas de venda - como no Continente do Colombo, que passou de 17 mil para 11 mil metros quadrados.
A MC continua atenta à concorrência, mas garante que não está a remodelar lojas em reação a outros operadores. "Concorrentes fortes só nos obrigam a correr ainda mais, mas não é por isso que estamos a alterar as nossas lojas", afirmou.
Expansão em beleza e saúde
Uma das prioridades estratégicas para os próximos cinco anos será o eixo da saúde e beleza. Nesta última área, o grupo encontra-se numa fase de consolidação e considera ter condições para avançar com a internacionalização, apoiado na liderança ibérica das marcas Wells, Druni e Arnal.
A Druni, com 430 lojas, é apontada como a mais preparada para entrar em novos mercados. Já a Wells soma 300 unidades e a Arnal 70.
A MC está também a testar soluções de inovação, como o projeto-piloto de "smart checkout" na loja de Leiria, onde o cliente coloca os produtos no cesto ao longo da visita e encontra a compra automaticamente contabilizada no final. As conclusões só serão retiradas mais tarde.
No que toca à competitividade, Moutinho reafirma a liderança da MC nos preços: "Continuamos a ser os campeões dos preços baixos. A diferença para os nossos concorrentes é, em média, de 8 pontos percentuais". O CEO garante ainda que esta política não compromete os produtores: "Eles são o nosso êxito e a prova é que alguns estão connosco há mais de dez anos".
Greve geral sem impacto previsto
Questionado sobre a greve geral, que pode afetar vários setores do país, Moutinho mostra confiança. "Vamos ter as lojas abertas e vai ser um dia normal. Respeitamos os sindicatos, mas temos uma relação muito boa com todas as nossas pessoas. Acredito que não vai haver impactos significativos", afirmou, garantindo não prever o encerramento de qualquer loja.

