O primeiro-ministro manifestou-se orgulhoso com a evolução da banca entre 2015 e o presente, considerando que nada foi deixado na gaveta e que as instituições financeiras desenvolvem a sua atividade sem angústias para os poderes públicos.
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Esta posição foi assumida por António Costa após ter participado numa sessão na Fundação José Saramago, em Lisboa, em resposta a afirmações que têm sido proferidas pelo ex-governador do Banco de Portugal Carlos Costa.
De acordo com o primeiro-ministro, em relação à evolução do sistema financeiro nos últimos anos, em Portugal, "a situação de hoje, felizmente, não tem nada a ver com o que era em novembro de 2015".
"Muitos trabalharam para isso. Seguramente o Banco de Portugal deu um contributo, mas não foi o único e, felizmente, houve outros que deram o contributo para que a estabilidade do sistema financeiro fosse possível", defendeu.
Para o líder do executivo, a estabilidade do sistema financeiro "permitiu a Portugal recuperar a credibilidade internacional, deixando de ser considerado um país de risco de investimento".
"Ano após ano temos atingido novos recordes na captação de investimento, deixámos de ter a nossa dívida classificada como lixo e este ano já duas agências revalorizaram o rating da República Portuguesa. Felizmente, hoje, temos bancos que são capazes de desenvolver a sua atividade sem angústias para os poderes públicos, com condições de financiarem a economia e sem que o país vive em sobressalto", advogou ainda.
António Costa afirmou depois ter "muito orgulho" no trabalho desenvolvido pelo seu Governo, por si realizado e com os ministros das Finanças com quem trabalhou.
"E com quem se dispôs a trabalhar para que o sistema financeiro recuperasse de uma forma sólida, cumprindo as normas da União Europeia, sem se entrar em procedimentos por défice excessivo, sem estar sob regime de observação, sem estar sujeito a observações do Banco Central Europeu e sem se deixar coisas na gaveta", frisou.
Segundo o primeiro-ministro, "fizeram-se mesmo coisas que muitos acreditavam que não era possível, como garantir que a Caixa Geral de Depósitos se poderia manter 100% com capital público, devidamente capitalizada, com uma gestão profissional e com resultados positivos que em muito já remuneraram o investimento feito pelo Estado".
"Portanto, é com essa tranquilidade com tudo aquilo que fiz nas minha vida política nos últimos anos e, em particular nesta matéria, que não preciso de andar aqui a fazer polémicas. Deixarei para tratar no lugar próprio, que são os tribunais, a defesa do meu bom nome, da minha honra e da minha consideração. Não passei mandato a ninguém para que me ofenda", acrescentou, em nova alusão ao ex-governador do Banco de Portugal Carlos Costa.