Empresa pública vai poupar 2,56 milhões de euros por ano com o fim do aluguer de unidades a diesel.
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A CP vai devolver pelo menos oito das 24 automotoras a diesel alugadas a Espanha. Depois do verão, a empresa vai poupar 320 mil euros por unidade da série 592 alugada à congénere Renfe.
A eletrificação da Linha do Minho, inaugurada na segunda-feira, permitirá uma poupança anual de 2,56 milhões de euros à transportadora pública. Em Valença, António Costa e Pedro Nuno Santos mostraram-se sintonizados sobre a importância da ferrovia para a redução das emissões.
"Vamos esperar que passe o verão para podermos estabilizar a operação. Nessa altura, teremos, no mínimo, menos oito automotoras alugadas. Passarão de 24 para para 16 unidades", referiu ao JN/Dinheiro Vivo o presidente da CP, Nuno Freitas, à margem da cerimónia.
Em 2020, a empresa gastou 8,3 milhões de euros no aluguer deste material à Renfe. No próximo ano, a despesa anual baixará para seis milhões.
Desde domingo que praticamente só há comboios elétricos na linha do Minho: os regionais são feitos com as automotoras triplas (UTE) da série 2240; os inter-regionais têm as automotoras da série 2600 a rebocar carruagens Corail, as mesmas usadas no serviço Intercidades.
Apenas o serviço Celta será feito com material diesel, por causa da diferença na tensão elétrica. Entre Porto e Valença, há 25 mil volts em corrente alternada; da fronteira espanhola para Vigo, são 3000 volts em corrente contínua, para já.
A eletrificação da linha também reduz os transbordos para os passageiros. "Antigamente, entrávamos em Ermesinde e, para apanharmos o comboio para Vila Praia de Âncora tínhamos de trocar em Nine e em Viana. Agora, só precisamos de um comboio", destacam Avelino Costa e Guilhermino Marques, dois reformados da CP.
Excluindo isso, os ganhos de tempo são praticamente inexistentes: boa parte da linha continua a ser feita em via única (menos nas estações, para o cruzamento de comboios) e a mudança entre estações depende de uma chamada entre agentes nas estações da gestora ferroviária, a IP. Com o sistema de cantonamento telefónico, a gestão da linha depende apenas de meios humanos.