A indústria automóvel vive uma crise sem precedentes, com algumas das principais referências mundiais a anunciarem medidas aterradoras para sobreviver face à inflação, aos concorrentes e aos elevados padrões comunitários. Enquanto a Europa está em apuros, a China afirma-se como um mercado em ascensão.
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Pela primeira vez em mais de oito décadas, a Volkswagen pondera fechar três fábricas na Alemanha, suprimir milhares de postos de trabalho e baixar os salários em 10%. A Ford vai cortar quatro mil postos de trabalho no continente europeu, com a Alemanha e o Reino Unido entre os principais afetados; a Stellantis (dona da Fiat, Peugeot e Citroen, entre outras marcas),vai suspender a produção de Mirafiori, em Itália, e o grupo alemão de componentes Schaeffler vai despedir quase cinco mil pessoas e encerrar duas unidades.
Um cenário negro que também já invadiu Portugal, com o recente processo de insolvência do Cablerías Group (componentes automóveis) a deixar 250 trabalhadores em risco, em Valença; o fecho da Coindu, em Arcos de Valdevez, a gerar 350 desempregados; ou a espanhola Ficosa, líder mundial no fabrico de retrovisores e fornecedora da Volkswagen e Renault, a anunciar o lay-off de 700 trabalhadores na fábrica da Maia.