A crise dos semicondutores já está a travar a recuperação das vendas de carros em Portugal. Em junho, foram comprados 22 232 veículos, segundo os números ontem divulgados pela Associação Automóvel de Portugal.
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Embora os valores estejam 62,5% acima dos registados em igual mês do ano passado, verifica-se um recuo de 25,3% face ao período homólogo de 2019, ano sem pandemia.
"As vendas de automóveis em Portugal e no Mundo estão a ser atingidas pela crise dos semicondutores, que está a afetar o lado da oferta, existindo, em muitos modelos em comercialização, falta de produto para colocação no mercado", assume a Associação Automóvel de Portugal (ACAP) no comunicado de divulgação dos resultados.
Em junho, venderam-se em Portugal 1331 veículos elétricos, o melhor mês de sempre para este tipo de automóveis. Cerca de 50% dos ligeiros vendidos em junho eram alimentados a gasolina, 22,7% eram híbridos e só 18,6% a gasóleo.
Se olharmos para os dados do primeiro semestre, a queda do mercado automóvel é mais expressiva: entre janeiro e junho foram matriculados 99 322 veículos, menos 34,1% do que no mesmo período de 2019 - em relação a 2020, verifica-se um crescimento de 27,3%.
O segmento de ligeiros de passageiros é o mais popular e está a ter as maiores dificuldades para voltar aos números pré-pandemia. Entre janeiro e junho, houve uma diminuição nas matrículas de 36,7% (81 445) na comparação com os mesmos meses de 2019; a diferença face a 2020 é positiva em 25,6%.
Voltando apenas aos números de junho, o segmento de ligeiros de passageiros encolheu 25,2% face a 2019, para 18 936 veículos. Face ao sexto mês do ano passado, a recuperação é de 71%.
A Renault, entretanto, procura regressar à liderança do mercado. Em junho, registou 3247 unidades, praticamente o dobro da segunda classificada, a Peugeot (1523 matrículas). A Fiat ficou no terceiro posto, com 1295 registos.
No balanço do primeiro semestre, a Peugeot ficou na liderança, com 9525 unidades, à frente da Renault (9032 matrículas) e da Mercedes (6612 veículos).
No segmento de luxo, nota para a britânica Aston Martin, que já registou 15 unidades até junho - contava com zero registos no primeiro semestre de 2020. Também com motivos para sorrir estão a Ferrari e a Maserati, com 13 (mais 7 do que em 2020) e 10 matrículas (tinha 0 em 2020), respetivamente.