A Dacia apresentou o seu mais recente modelo, o Bigster, um SUV do segmento C , que ambiciona reforçar a presença da marca neste mercado em crescimento. Construído sobre a plataforma CMF-B, a mesma do Renault Clio e Captur, o Bigster assenta a sua oferta em motorizações eletrificadas.
Corpo do artigo
O design exterior destaca-se por linhas retas, que lhe dão um ar robusto e pela assinatura luminosa em forma de Y, tanto nos faróis dianteiros como nas luzes traseiras em LED. Tem 4,57 metros de comprimento, 1,71 de altura, dois metros de largura e uma generosa distância entre eixos de 2,70m.
As versões mais equipadas podem apresentar jantes de liga leve de 18 polegadas (com opção de 19 polegadas na Journey) e a possibilidade de pintura bi-tom com tejadilho preto. A altura ao solo de 220mm sugere capacidades para enfrentar terrenos mais irregulares, que são bem reais na versão 4x4 a exemplo do que já acontece com o irmão Duster.
No interior, o painel de instrumentos digital pode ser de 7 ou 10 polegadas, dependendo da versão, e o ecrã tátil central para o sistema multimédia tem 10,1 polegadas em todas as versões.
A bagageira oferece uma capacidade de até 667 litros sob a chapeleira (uma das maiores do segmento) e o banco traseiro é rebatível na proporção 40/20/40 a partir do nível Expression, facilitando o transporte de objetos longos com passageiros a bordo.
Gama de motorizações
No topo está a Hybrid 155, que combina um motor a gasolina de 4 cilindros com 107cv e dois motores elétricos (de 50cv o principal e um de alta tensão para arranque/geração) e uma bateria de 1,4 kWh (230V).
A caixa de velocidades automática elétrica possui quatro relações para o motor a combustão e duas para os elétricos, oferecendo uma potência combinada de 155cv e 205Nm de binário.
A Dacia anuncia até 80% do tempo de condução em modo elétrico em cidade.
A versão TCe 140 recorre a um motor a gasolina de três cilindros e 1.2 litros turbo com 140cv e 230Nm de binário, que surge associado a um sistema mild hybrid de 48V com uma bateria de 0,8 kWh.
A caixa é manual de 6 velocidades, com um consumo médio anunciado de 5,7 l/100 km e emissões de CO2 de 129 g/km.
A ECO-G 140, utilizando o mesmo motor 1.2 TCe turbo, também com tecnologia mild hybrid de 48V, é uma versão a gasolina/GPL, uma solução que tem dados ótimos resultados comerciais à marca.
A potência e o binário são idêntico à anterior versão, mas os dois depósitos de combustível (50 litros de gasolina e 49 litros de GPL) permitem anunciar uma autonomia total de 1450 quilómetros. As emissões de CO2 no modo GPL são de 118 g/km.
Por último, destaque para a TCe 130 4x4, com o motor a gasolina de três cilindros e 1.2 litros turbo com 130 cv, associado a um sistema mild hybrid de 48V e uma caixa manual de 6 velocidades. O sistema de tração integral Terrain Control oferece cinco modos de condução.
Grande mas poupado
Ensaiamos a versão Hybrid 155 nos arredores de Marselha, em trajetos com muita montanha, onde o Bigster nos surpreendeu por um andamento vivo e comportamento muito são.
Mas o maior destaque foi o mesmo o consumo registado no final do primeiro dia, com 4,3l/100 km de média, conseguidos com uma condução despreocupada, ainda que atenta aos limites de velocidade.
Curioso, como notou Higo Barbosa, responsável pela Comunicação do Grupo Renault Portugal, é que esta versão híbrida, sendo a que apresenta menores consumos, é a que paga mais de ISV (Imposto sobre veículos): cerca de 3800 euros, contra os 600 das versões mais poluentes.
Por outro lado, low cost é uma palavra que já não se pode aplicar à Dacia. Certo, não temos direito a materiais Premium e abundam os plásticos duros, de montagem robusta, mas o equipamento está ao nível de propostas mais caras.
Achamos, no entanto, que os espaços de armazenamento a bordo poderiam ser de maiores dimensões e que poderia ter havido um pouco mais de cuidado na insonorização.
Em termos de segurança, o Bigster inclui de série sistemas como o sistema avançado de travagem de emergência, reconhecimento de sinais de trânsito, assistente de manutenção na faixa de rodagem e câmara de estacionamento traseira. As versões mais equipadas contam ainda com regulador de velocidade adaptativo e chave mãos-livres.
Os preços começam nos 25.150 euros (versão expression 1.2 myld hybrid) e vão até aos 32.500 (extreme hybrid 155). As 4x4 custam 27.250 (expression) e 29.250 (extreme).