Deputados ouvem professor universitário Carlos Oliveira Cruz no inquérito às PPP
Os deputados da comissão de inquérito às parcerias público-privadas (PPP) dos setores rodoviário e ferroviário ouvem hoje o professor do Instituto Superior Técnico (IST) Carlos Oliveira Cruz, a terceira personalidade a ser ouvida.
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A audição de Carlos Oliveira Cruz, que decorrerá depois do Plenário da Assembleia da República, segue-se às do antigo juiz conselheiro do Tribunal de Contas Carlos Moreno e do ex-membro da comissão de renegociação das PPP Avelino de Jesus.
As duas primeiras audições ficaram marcadas pelo facto de o PS ter citado documentos que não eram do conhecimento dos restantes grupos parlamentares, o que motivou críticas.
Durante a sua audição na comissão de inquérito, o juiz jubilado do Tribunal de Contas Carlos Moreno afirmou que existem em alguns contratos de PPP "benefícios sombra" para os privados, dando como exemplo os casos da Lusoponte e das antigas SCUT.
Carlos Moreno afirmou ainda que não sofreu pressões do poder político porque não se pôs "a jeito".
Já Avelino de Jesus, que se demitiu da comissão de reavaliação das PPP, queixando-se de falhas na disponibilização de informação, admitiu que a dificuldade em obter informação com que se confrontou poderia ter por objetivo impedir o seu acesso a alegados "arranjinhos".
Avelino de Jesus afirmou também aos deputados que o "principal entrave" na divulgação dos documentos esteve na Secretaria de Estado do Tesouro do anterior governo e sublinhou que a forma como os contratos das PPP são feitos permite "um descalabro completo".