O secretário de Estado do Emprego sublinhou hoje, sexta-feira, que o número de desempregados inscritos nos centros de emprego situou-se, em Novembro, pela primeira vez em 2010, abaixo das 550 mil pessoas, uma "satisfação" para o Governo embora os números sejam ainda "muito elevados".
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"O resultado é, apesar de tudo, positivo", disse Valter Lemos, que acredita que 2010 encerrará "a descer e não a subir" em matéria de desempregados inscritos nos centros de emprego, "um factor positivo".
O número de desempregados inscritos em Novembro nos centros de emprego diminuiu 0,7% face a Outubro, com a fasquia a situar-se nos 546.926 desempregados, a primeira vez em 2010 abaixo dos 550 mil, informou o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) hoje, sexta-feira.
Face a dados homólogos, o desemprego registado foi em Novembro 4,4% superior ao mesmo mês em 2009.
Para o secretário de Estado do Emprego, em 2010 "conseguiu-se conter a subida" do número de desempregados em 2010, mesmo com uma "subida durante o ano de três décimas, provavelmente".
"Agora o esforço terá de ser ver se é possível manter essa contenção de subida para que no próximo ano, se a economia se mantiver minimamente com sinal positivo, possamos evitar que o desemprego cresça", disse Valter Lemos à Agência Lusa.
De qualquer forma, o governante reconheceu que não é expectável que os números do desemprego sofram descidas "muito significativas" em 2011.
"Se conseguirmos conter estes valores como já conseguimos conter razoavelmente em 2010, já será um objectivo razoavelmente conseguido", sustentou.
Valter Lemos destacou ainda o "reforço de um conjunto de medidas" aprovadas na quarta-feira em conselho de ministros "especialmente dirigidas" a jovens e mulheres, grupos particularmente afectados pelo desemprego.
Menos jovens inscritos
Ao longo do mês de Novembro inscreveram-se 57.251 trabalhadores desempregados, número inferior em 6,5% ao verificado no mês homólogo de 2009 e superior, em 0,8%, ao verificado no mês anterior, notou o IEFP.
Segundo o organismo, o desemprego subiu em ambos os géneros face a Novembro de 2009, em particular nas mulheres, onde o número de desempregados subiu 6,3%, enquanto nos homens o valor avançou 2,3%.
A procura de um novo emprego - que justificou em Outubro o registo de 92 % dos desempregados - aumentou 4,4 % face ao mês homólogo de 2009, enquanto a procura do primeiro emprego subiu 5,2%.
Quanto ao tempo de duração da procura de emprego, 58,1% dos inscritos estão registados há menos de um ano e 41,9% há um ano ou mais.
A nível regional, de acordo com IEFP, o aumento anual do desemprego fez-se sentir em todas as regiões de Portugal, "destacando-se as oscilações mais significativas na Madeira (mais 16,5%) e no Algarve (mais 13%)".
Por comparação com o mês anterior, o desemprego diminuiu em quatro das sete regiões do país, com excepção do Algarve (mais 15,8%), Açores (mais 0,1%) e Madeira (mais 1,7%).
Por grupo etário, o aumento do desemprego ocorreu de forma diferenciada: o número de jovens (menores de 25 anos) decresceu 5,4% no espaço de um ano, enquanto o número de adultos aumentou 6%.
Quanto aos níveis de habilitação escolar, e também a nível anual, o volume de desempregados inscritos diminuiu nos desempregados com o 1.º e 2.º ciclo de ensino básico, ao passo que "nos outros níveis de instrução" verificou-se um "agravamento do desemprego, principalmente no secundário (mais 11,9%) e superior (mais 11,4%)".
Os inscritos no IEFP em situação de indisponibilidade temporária, ou seja, que não reúnem condições imediatas para o trabalho por motivos de saúde, aumentaram 7,2% em Outubro, face ao mesmo mês de 2009, para 17.039 pessoas.
