O presidente da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa, Jorge Magalhães, diz que a subida de 21% no número de desempregados desde janeiro, na região, configura a situação social mais grave das últimas décadas.
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"Estamos, sem dúvida, num momento muito difícil, que nunca conheci como autarca", afirmou, recordando que é presidente da Câmara de Lousada desde 1990.
Para Jorge Magalhães, a região está "muito perto" de uma situação de "alarme social", dizendo temer que nos próximos meses, com o encerramento de mais pequenas e médias empresas, aumente o número de desempregados.
"Infelizmente, a tendência negativa tem sido consistente e ainda não vislumbramos o fim disto", lamentou em declarações à Lusa.
O número desempregados nos concelhos industrializados do Vale do Sousa aumentou mais de 21% desde o início do ano, mas Paços de Ferreira, com a maior subida, atingiu os 27,99%.
No conjunto dos concelhos de Paços de Ferreira, Paredes, Lousada, Penafiel e Felgueiras, que constituem a malha industrial do interior do distrito do Porto, já há mais de 25.000 pessoas sem trabalho, revelam dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), relativos a agosto.
O presidente da maior comunidade intermunicipal do país e uma das mais industrializadas assinala que nos últimos dias, com o início do ano escolar, os municípios da região têm sido confrontados com um número cada vez maior de pedidos de ajuda das famílias.
"Com tanto desemprego, há cada vez famílias a admitirem ter grandes dificuldades económicas, recorrendo às ajudas das câmaras municipais", contou, confessando as dificuldades crescentes das edilidades para responderem a tantas solicitações.
O autarca considera que o "problema do desemprego da região, por ser estrutural, com os consequentes problemas sociais", obrigam a uma intervenção "muito enérgica" do Governo para ajudar a salvar o que resta do tecido económico do Vale do Sousa.
Jorge Magalhães recorda que foi entregue, há vários meses, ao ministro da Economia um diagnóstico sobre os problemas estruturais da região, no âmbito do Pacto para a Empregabilidade, apontando soluções concretas para a dinamização do setor produtivo, mas até hoje não houve qualquer resposta.