O secretário de Estado do Emprego e da Formação Profissional acredita que a tendência para a "estagnação" do desemprego se vai "acentuar" e que é expectável uma "evolução lenta" na criação de emprego.
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O governante falava à Agência Lusa a propósito dos números de desempregados inscritos nos centros de emprego que, segundo o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), aumentaram 0,2 por cento face a Janeiro e 19,6 por cento em relação a Fevereiro do ano passado.
O IEFP destaca, no entanto, que pela primeira vez desde Maio do ano passado, "o acréscimo de desemprego anual homólogo situou-se abaixo das 100 mil pessoas e dos 20 por cento de aumento homólogo".
O secretário de Estado do Emprego e da Formação Profissional, Valter Lemos, afirma que está a ocorrer uma "estagnação no número de desempregados" e que é a "segunda vez" que surge este tipo de variação: "já tinha acontecido de Novembro para Dezembro" do ano passado, recorda.
O governante considera ainda "pontual" que o aumento percentual mais elevado de desemprego, no último ano, se tenha verificado ao nível de trabalhadores com o ensino secundário, que registou uma subida de 26,8 por cento, segundo os dados do IEFP.
Valter Lemos salienta também que o número de novos desempregados inscritos nos centros de emprego "tem vindo a diminuir desde Outubro", embora o aumento da duração do período de desemprego contribua para o crescimento dos valores globais de desemprego entre Janeiro e Fevereiro deste ano.
Ou seja, apesar do decréscimo no número de novos desempregados, não há saída para emprego por parte dos que já estavam sem trabalho.
Pelo que, "conseguir que as pessoas que estão na situação de desemprego reingressem no mercado de trabalho" é o "desafio" apontado por Valter Lemos às políticas do Governo, que "vão no sentido" de "acelerar o mais possível a reentrada no mercado de trabalho.
Ainda assim, Valter Lemos adverte que Portugal permanece "numa situação difícil", de "crise económica significativa", pelo que a diminuição do desemprego deverá acontecer de forma "consistente, ainda que possa ser lenta".
"Não é de esperar nenhuma evolução muito rápida, o que devemos esperar é uma evolução lenta, o que não será preocupante desde que seja consistente e consolidada", explicitou.