Os juros da dívida pública que o Estado português vai pagar no próximo ano ascendem a 6,3 mil milhões de euros, mais 1,3 mil milhões do que o Governo prevê gastar este ano (+27%). Para se ter uma ideia do peso desta despesa nas contas públicas, bastará dizer que o défice seria de 1% e não de 4,6% no próximo ano, caso o Estado não pagasse a quem compra títulos da dívida nacional.
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Para se ter uma noção mais exacta do que significa a quantia prevista para a despesa com juros, bastará dizer que o valor daria para fazer o novo aeroporto de Lisboa, orçado em 4,9 mil milhões de euros, e ainda sobraria para outros investimentos.
As necessidades líquidas de financiamento (sem amortizações) para 2011 ascenderão a cerca de 10,7 mil milhões de euros, o que consubstancia uma redução de 31% ou cerca de 4,7 mil milhões, explicado no essencial pela redução do défice orçamental em cerca de 3,5 mil milhões de euros e pela redução da aquisição de activos financeiros de cerca de 800 milhões de euros. Por outro lado, a proposta de lei do Orçamento prevê um tecto máximo de 11 573 milhões de euros, ou seja, uma quebra de 33% relativamente aos 17 414 milhões de euros do ano corrente.
As amortizações e anulações de dívida emitida em anos passados (pagamento de juros) representarão 35,2 mil milhões em 2011, quando no ano corrente devem ficar-se pelos 31,9 mil milhões.
Apesar da despesa com os submarinos, as previsões para 2011 apontam para um menor ritmo de crescimento do rácio da dívida/PIB (76,1%, 82,1% e 86,6%, em 2009, 2010 e 2011, respectivamente).