Divergência no desemprego entre o Norte e o Sul da zona euro duplicou em 11 anos
A divergência na taxa média de desemprego entre os países do Norte e do Sul da zona euro duplicou em 11 anos, tendo passado de 3,5 pontos em 2000 para 7,5 em 2011, foi hoje divulgado em Bruxelas.
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O relatório Desenvolvimento Social e do Emprego na Europa 2012 mostra que a divergência entre a taxa de desemprego dos Estados-membros do Norte (Áustria, Bélgica, Finlândia, França, Alemanha, Luxemburgo e Holanda) e os do Sul (Chipre, Estónia, Grécia, Irlanda, Itália, Malta, Portugal, Eslováquia, Eslovénia e Espanha) chegou aos 7,5 pontos percentuais, um valor considerado "sem precedentes".
A taxa média de desemprego a Norte era, em 2011, de 7,0%, contra 14,5% no Sul.
Comparativamente, em 2011, a diferença Norte-Sul é de apenas 1,5 pontos percentuais entre os Estados-membros que não integram a zona euro.
O documento destaca que de 2004 a 2008 houve, inclusivamente, convergência nas taxas de desemprego nas duas regiões da zona euro, a favor dos países do Sul.
Em relação às contas nacionais, constata-se que quebras no produto interno bruto na Grécia e em Portugal e a estagnação em Espanha contribuíram para o aumento do desemprego, ainda que a produtividade tenha aumentado nos dois últimos países.
Para o comissário europeu para o Emprego, Lazlo Andor, "após cinco anos de crise económica, a recessão voltou, o desemprego atingiu níveis recorde em quase duas décadas e a situação social deteriorou-se".
"Os rendimentos dos agregados familiares recuaram e o risco de pobreza e de exclusão social estão em constante crescimento", acrescentou, sublinhando que são os jovens, as mulheres desempregadas e as mães solteiras os grupos sob maior risco de "pobreza persistente".