O novo modelo de luxo da DS, o Nº8, chega a Portugal em meados deste ano e anuncia uma autonomia de até 750 quilómetros, o que o torna num dos carros elétricos de maior alcance do mercado. Em auto-estrada, e a 120 km/h, a DS afirma que o SUV percorre até 500 km.
Corpo do artigo
O Nº8, e é clara a associação a uma marca francesa de perfumes de luxo, pretende redefinir "os padrões de conforto", numa carroçaria de formato SUV coupé que, não tendo um design consensual, apresenta uma dianteira inédita, onde se destaca a grelha iluminada DS Luminascreem.
Disponível com potências até 350 cavalos e duas ou quatro rodas motrizes, o modelo mede 4,82 m de comprimento para uma largura de 1,90 m e uma altura de 1,58 metros. Tem um Cx de apenas 0,24, para um SCx de 0,63 dm².
Aliás, a "caça à autonomia por via da aerodinâmica é visível na forma como a marca revela onde ganhou quilómetros. Assim, por exemplo, as DS LIGHTBLADE (luzes diurnas) verticais), integradas nos extremos laterais do para-choques, permitem percorrer oito quilómetros 8 (ciclo WLTP) ou 10 quilómetros em autoestrada. De igual modo, as luzes traseiras asseguram mais quatro quilómetros (WLTP) ou 5 quilómetros em autoestrada.
As entradas de ar pilotadas ou as lâminas móveis integradas no para-choques da frente, e uma vez fechadas, representam "um ganho aerodinâmico de 95%, comparativamente a uma entrada de ar clássica - ou seja, de 4,5 dm² ou +18 km (WLTP) / +22 km em autoestrada", afirma a DS.
Mas, quando falamos de luxo, é no interior em que pensamos de imediato, embora os esforços da DS também se reflitam na pintura em dois tons, que coloca em destaque um negro profundo, que se prolonga pelo capô, estendendo-se até à grelha.
A marca afirma que a tecnologia “Paintjet” utilizada na criação desta superfície negra representa "uma estreia mundial em produções de grande volume", onde o processo de aplicação elimina a necessidade de uma fase de cozimento, "limitando, assim, as emissões de gases com efeito de estufa".
Novo volante
E salta à vista o novo volante em "X", inspirado nos mais recentes concept cars", e consola central flutuante de dois patamares, na qual a parte superior está dedicada às principais funções de interação.
Ao centro, o ecrã, de 16 polegadas, permite o acesso às funções do DS IRIS SYSTEM 2.0, que pode ser controlado por voz e quando estão várias pessoas no interior do veículo, reconhece a voz e a posição da pessoa que está a falar com ele a partir da primeira fila.
Se o passageiro do banco da frente disser “OK IRIS, tenho frio, aumenta a temperatura”, o sistema compreende que é necessário aumentar alguns graus apenas no lado do passageiro.
O sistema integra, também, o ChatGPT que, garante a DS, é capaz de responder a qualquer tipo de pergunta.
O interior das versões Étoile (existe,ainda, a Pallas") reveste-se de um Alcantara® com 68% de materiais reciclados. O couro Nappa dos bancos, com tiras de couro redesenhadas, é curtido recorrendo a um método tradicional de curtimento por folhas de oliveira, não tóxico e totalmente biodegradável.
Os materiais de reutilização em fim de vida são também utilizados nos têxteis (60%), alcatifas (75%) e tapetes (96%). O abandono dos cromados em prol da pintura, do alumínio e do aço inoxidável com relevo faz parte da abordagem ambiental da marca.
O DS N°8 pode contar com um tejadilho panorâmico em vidro serigrafado, que maximiza a altura interior ao teto, preservando a aerodinâmica e oferecendo aos passageiros um ambiente interior repleto de luz.
A marca e os especialistas franceses de alta-fidelidade da FOCAL deram continuidade à sua colaboração, tendo desenvolvido uma sonoridade 3D através da integração de 14 altifalantes por todo o habitáculo e um amplificador de 690 W.
As grelhas dos altifalantes fundiram-se com as decorações dos painéis das portas em alumínio e o sistema completa-se por dois altifalantes no tejadilho, que contribuem para a nitidez sonora, envolvente e tridimensional do sistema de alta-fidelidade.
Plataforma
O DS N°8 assenta na plataforma STLA Medium do Grupo Stellantis, que foi otimizada em comprimento e em largura para acolher as baterias até uma capacidade útil de 97,2 kWh. Permite, igualmente, receber as rodas de grandes dimensões, de 740 mm de diâmetro.
As células das baterias NMC (Níquel-Manganésio-Cobalto) são concebidas e produzidas em Billy-Berclau Douvrin (França) pela ACC, uma joint-venture em que Stellantis é uma das fundadoras e a sua maior acionista.
O motor elétrico é desenvolvido e produzido em Trémery (França) pela Emotors, outra joint-venture integrada pelo grupo.
Até 350 cavalos
Disponível com três motores 100% elétricos - de 230 cv, 245 cv e 350 cv - a versão mais potente do Nº8 conta com dois motores elétricos e quatro rodas motrizes.
Todos os motores beneficiam de um boost de potência que, pontualmente, acrescenta 30 cv suplementares às versões FWD (Front Wheel Drive, ou tração dianteia), ou seja 260 cv, ou 35 cv à versão FWD Long Range, significando 280 cv totais, e 25 cv à versão AWD (All Wheels Drive, ou tração às quatro rodas) LONG RANGE, para um total de 375 cv de potência.
O SUV estará disponível com duas composições de bateria. A primeira tem uma capacidade útil de 74 kWh, equipando o DS N°8 FWD (230 cv). A segunda tem uma capacidade útil de 97,2 kWh, equipando as versões FWD Long Range (245 cv) e AWD Long Range (350 cv).
O FWD Long Range atinge uma autonomia de 750 km, com um consumo de 12,9 kWh/100 km (ciclo normalizado WLTP), reivindicando, também, uma autonomia superior a 500 km em autoestrada (a uma velocidade constante de 120 km/h).
A versão mais potente vai dos 0 aos 100 km/h em 5,4 s e em 7,7 / 7,8 s nas versões FWD. A velocidade de ponta está autolimitada a 190 km/h.
No que se refere ao AWD Long Range, a gestão do motor elétrico traseiro foi concebida para oferecer a melhor experiência, segundo os modos e as situações de condução.
No modo ECO, carro circula apenas com tração às rodas da frente, exceto se o condutor acelerar a fundo, situação em que a totalidade da potência é disponibilizada instantaneamente às quatro rodas.
No modo NORMAL os dois motores são usados para otimizar a tração no arranque, sendo que após isso o trem traseiro desativa-se entre os 15 e os 140 km/h se as condições de aderência o permitirem. Em caso de necessidade, o motor traseiro volta a ativar-se de imediato.
Nos modos SPORT e AWD, o condutor beneficia das quatro rodas motrizes em permanência, fazendo-se a gestão do binário inerente a cada programa. No modo SPORT, a prioridade é dada à potência, enquanto no modo AWD se otimiza a motricidade.
Carregamento
Graças a uma potência de carga máxima de 160 kW e constante entre os 20% e os 55% do nível de carga e a um dispositivo de pré-condicionamento da bateria, o modelo pode passar de 20% a 80% da carga em 27 minutos num carregador rápido. Ou seja, uma recuperação de 200 quilómetros de autonomia em apenas 10 minutos.
Para os trajetos do quotidiano, o DS N°8 dispõe de um carregador de bordo de 11 kW, em corrente alternada (22 kW como opção, em data posterior) e dispõe de uma gestão inteligente das baterias.
Suspensão e segurança
De série o Nº8 conta com um sistema de amortecimento variável ligado a uma câmara colocada na parte superior do para-brisas. Apoiado por sensores de posição e três acelerómetros, analisa o piso em alguns milésimos de segundo e transmite as suas informações a um computador que atua em cada roda.
Este mecanismo ativa uma electroválvula motorizada que controla a passagem de óleo da câmara inferior para a câmara superior do amortecedor (ou vice-versa, consoante o amortecedor tenha de comprimir ou expandir).
No capítulo da segurança, destaque para o DS Night Vision, que visa melhorar a visibilidade noturna graças a uma câmara de infravermelhos situada no para-choques.
Deste modo, o DS consegue detetar peões e animais até 300 metros de distância à sua frente. O sistema apresenta uma mensagem no ecrã digital e os obstáculos em movimento são indicados primeiro a amarelo e depois a vermelho, a fim de alertar o condutor. O sistema entra em funcionamento assim que os faróis são ligados.
O Nº8 utiliza o Drive Assist 2.0, que permite, por exemplo, a mudança de faixa semiautomática sem que o condutor tenha de confirmar a manobra. Disponível entre 70 e 140 km/h, ativa-se automaticamente aquando da comutação do indicador de mudança de direção.
Quando isso acontece, o sistema verifica se não existem outros veículos na faixa de rodagem pretendida e, se estiverem reunidas as condições necessárias, inicia a mudança de faixa semiautomática. O sistema conduz o veículo para a faixa pretendida com ligeiros movimentos do volante. Se a manobra não for segura, as linhas são apresentadas a laranja, é emitido um sinal sonoro e o sistema recusa-se a mudar de faixa.
O sistema foi melhorado pela função ACC Predictive, que mantém as caraterísticas do Cruise Control Adaptativo (ACC Stop&Go) e acrescenta a possibilidade de adaptar a velocidade em função do perfil da estrada e dos limites de velocidade.
Pouco visto na indústria automóvel é o Wrong Pedal Prevention ( WPP) que reconhece se o condutor confunde os pedais do acelerador e do travão.
É especialmente útil quando o pedal do acelerador é pressionado com força em vez do travão. Se houver um obstáculo nas imediações do automóvel, a aceleração é reduzida e o condutor é informado através de um alerta visual e de um aviso sonoro. O sistema WPP funciona em marcha para a frente e em marcha-atrás.