A economia espanhola contraiu 0,4% no terceiro trimestre do ano, e face ao trimestre anterior, prologando a tendência de queda do PIB que se vem a verificar, segundo o boletim económico de outubro, publicado pelo Banco de Espanha.
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"Nos meses centrais do exercício, a economia espanhola prolongou a trajetória de contração que tinha iniciado um ano antes, num ambiente caracterizado pela manutenção de condições financeiras adversas, ainda que mais atenuadas que no trimestre precedente", refere o boletim económico de outubro, publicado pelo Banco de Espanha, esta terça-feira.
Em termos anuais, o Produto Interno Bruto (PIB) recuou com maior intensidade, caindo 1,7%, mais do que a queda de 1,3% que se tinha verificado no segundo trimestre do ano.
Notando que a informação conjuntural ainda está incompleta, o Banco de Espanha nota que o perfil de consumo foi afetado pela antecipação de decisões de gastos perante a subida do IVA, em vigor desde 1 de setembro.
Devido a esta antecipação a procura nacional recuou 1,2%, menos do que os 1,4% inicialmente previstos, e afetada em particular pela redução do consumo privado e pela contração significativa do consumo público.
Do lado positivo, nota-se um "alívio" nas contas das empresas, ajudado pela decisão do Governo avançar com um programa de regularização de faturas em atraso.
A procura externa subiu 0,8%, ligeiramente abaixo de trimestre anteriores mas, ainda assim, fortalecendo as contas externas espanholas, nota o Banco de Espanha.
A contração do emprego manteve-se em níveis idênticos à de trimestres anteriores, recuando 4,5% em termos anuais, verificando-se também uma moderação nos custos laborais e um ligeiro aumento da produtividade.
O aumento dos preços da energia e o impacto do IVA contribuiu para um "aumento significativo" da inflação.
Na sua análise, o Banco de Espanha refere-se ainda ao impacto da desaceleração da economia mundial e, no que toca a mercados financeiros, destaca a "situação de elevada tensão que se viveu em torno à crise da dívida soberana" do verão.
Em jeito de balanço, o Banco de Espanha refere o contexto de recuo económico nos principais destinos das exportações espanholas, nomeadamente na zona euro, as "condições restritivas de financiamento" e a "persistência de um clima de elevada incerteza" nomeadamente em torno ao efeito das reformas em curso.
No caso das famílias, a situação continua a ser condicionada pela queda do rendimento real disponível, das condições financeiras e da quebra do consumo.