Ministro Costa Silva destaca "resultado histórico" das importações, que deverão aumentar 25 a 30 milhões em relação a 2021.
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O ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, anunciou, esta sexta-feira, que a economia portuguesa deverá crescer 6,8% no próximo ano, mais 3% do que o valor inscrito no Orçamento do Estado, apresentado em outubro. A previsão foi divulgada durante os Encontros do Programa Nacional de Apoio ao Investimento da Diáspora (PNAID), que decorrem até hoje em Fátima.
"A economia cresceu acima da expectativa, no último trimestre, pelo que tudo indica que pode ficar nos 6,8%, o que é significativo", observou o ministro. "Temos uma contribuição também extraordinária das exportações, que vão chegar a 49 ou 50% do PIB [Produto Interno Bruto], o que também é um resultado histórico", acrescentou. Em 2021, foram de 40%. "Vamos ter entre 25 e 30 milhões de euros a mais do que no ano passado."
Costa Silva considerou que "estes números são uma demonstração de que a economia portuguesa, apesar de tudo, move-se e é resiliente, e dão alguma confiança para o futuro". Apesar disso, afirmou que os portugueses não se devem iludir, porque "2023 vai ser seguramente mais difícil", devido à "forte recessão económica na Alemanha, que é o motor económico da Europa" e disse que "as repercussões vão atingir todo o continente".
Contudo, o ministro acredita que, com o crescimento e a resiliência que a economia está a demonstrar, e "alguma diversificação das exportações em múltiplas áreas, sobretudo para os mercados norte-americano e asiático", poderão estar reunidas melhores condições para enfrentar essas adversidades. Destacou ainda, pela positiva, o facto de a taxa de desemprego estar a "níveis mínimos históricos".
O governante considerou ainda que, embora estejamos a "atravessar tempos muito difíceis", a diáspora pode contribuir para impulsionar o desenvolvimento da economia portuguesa. Na tentativa de contribuir para o regresso e para a fixação dos emigrantes, sobretudo no interior do país, Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial, anunciou que, no primeiro trimestre de 2023, deverão ser abertos os primeiros avisos virados para o investimento empresarial, com uma "dotação especial para os investidores da diáspora".
"A procura demonstrou que é esse o caminho", sublinhou Ana Abrunhosa. "Criámos o estatuto de investidor da diáspora e atribuímos a mais de 200 investidores. A ideia é apoiar o investimento, a contratação de trabalhadores, a criação do próprio negócio, apoiar e incentivar aquilo que os empresários sabem fazer", explicou. "Queremos também reforçar a internacionalização da economia através da diáspora. Os emigrantes são os nossos embaixadores."
Apesar de ter salientado o empenho do Governo na criação de incentivos para o investimento da diáspora, que esteve representado no encontro em Fátima por vários ministros e secretários de Estado, Ana Abrunhosa aproveitou a presença dos empresários e dirigentes associativos emigrantes ou luso-descendentes, para os incentivar a fazerem chegar propostas do que se pode "fazer melhor" ou de medidas a tomar.
240 estatutos do investidor da diáspora atribuídos
O secretário de Estado Paulo Cafôfo disse que já foram atribuídos 240 estatutos do investidor da diáspora e apoiados 118 projetos apoiados, que "correspondem a um potencial superior a 111 milhões de euros de investimento em Portugal, mais de metade no interior do país." Centram-se nas áreas da agricultura e indústria agroalimentar, imobiliário, turismo e serviços a empresas de tecnologias da informação, comunicação e eletrónica.