"Dificilmente a escolha do relator teria sido melhor". A frase é de Pedro Nuno Santos, coordenador dos deputados do PS na comissão parlamentar de inquérito ao caso BES/GES, que deixou também rasgados elogios ao presidente da comissão, Fernando Negrão.
Corpo do artigo
"Em nenhum momento nos apercebemos que o senhor presidente era do PSD. Foi uma peça determinante para que as audições e a comissão parlamentar de inquérito funcionasse bem", disse o deputado do PS, confessando que essa não era a sua expetativa inicial.
"Todos os grupos parlamentares trabalharam bem, o senhor presidente foi determinante para que as coisas corressem bem", disse, elogiando a forma "rigorosa" como desempenhou a sua função. "Foi duro e assertivo quando achou que tinha que ser e foi flexível quando achou que tinha que ser", disse Pedro Nuno Santos, considerando que a presidência de Fernando Negrão "ajudou a prestigiar a comissão".
Para o deputado relator, que apresentou o seu relatório preliminar de cerca de 400 páginas e que contém 66 recomendações, Pedro Nuno Santos deixou também palavras de elogio, felicitando-o pelo trabalho e "pela seriedade com que o fez". "Durante todo o processo, ao longo de toda a comissão de inquérito, teve o cuidado de ir falando connosco", disse, destacando a sua "competência".
Embora tenha levantado desde já algumas questões e feito propostas de conteúdo para o relatório final - questionou designadamente de que forma está presente o papel do Governo na deteção do problema e na articulação com os restantes supervisores, pelo facto de a ministra das Finanças presidir ao Comité Nacional para a Estabilidade Financeira -, Pedro Nuno Santos deixou uma garantia. "Isto não vai ser nenhum problema relativamente às conclusões como foi especulado", disse.
Os partidos têm até ao dia 23 para fazer propostas de alteração, sugestões e correções ao relatório, sendo que a votação do documento final terá lugar no dia 29 em comissão.