A empresa canadiana Tilray, que abriu a primeira fábrica em Portugal com licença para produção, plantação de canábis e transformação da planta em produtos medicinais, vai despedir 49 trabalhadores da sua unidade em Cantanhede, Coimbra. Ao JN, a empresa garante que não está em "dificuldades económicas", mas sim em processo de "redimensionamento da estrutura" por causa do mercado atual.
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Atualmente, a Tilray Portugal emprega 200 trabalhadores. O despedimento de cerca de 25% dos empregados, confirmado pela empresa ao JN, afetará as áreas da produção, fabricação, qualidade, controle de qualidade (laboratório), cultivo, cadeia de aprovisionamento, instalações, armazenamento, logística, compras e tecnologias de informação.
Em comunicado enviado ao JN, a empresa explica que as mudanças "ocorrerão nos próximos três meses" e que estão em linha "com o redimensionamento da Tilray para responder às necessidades económicas atuais e do estado de legalização da canábis medicinal e para uso adulto". Fonte oficial da empresa canadiana acrescenta, no entanto, que a Tilray não está em "dificuldades económicas", mas sim a "fazer cortes de custo" face ao mercado atual.
"Esperava-se que o processo legislativo de autorização da canábis medicinal em vários países, sobretudo na Europa, fosse mais rápido, tendo a empresa crescido para fazer face a esses mercados que deveriam existir. O mercado, que se esperava que fosse de uma determinada dimensão, está muito mais pequeno daquilo que é suposto", explicou.
Na missiva, a empresa não esclarece qual a situação profissional dos 49 trabalhadores afetados. No entanto, ao JN chegaram relatos de que pessoal dos quadros e a contrato estão entre os abrangidos.
Confrontado se nessa lista constam mulheres grávidas ou em processo de aleitamento, como relatam alguns testemunhos, fonte da empresa alega desconhecer se em concreto existem, mas admite essa possibilidade.
No entanto, diz, "como são pessoas que estão protegidas por lei em relação a estes processos, esses nomes não vão ser aprovados pelo Estado. Mas, legalmente a Tilray não os pode deixar de incluir".
Na nota, a Tilray afirma que vai respeitar "todos os direitos das pessoas e aquilo que está definido na lei portuguesa com elevado sentido de responsabilidade e cuidado social".