Com muitas pequenas empresas, Portugal tem "um grande 'gap' de produtividade e não consegue pagar bons salários". A solução passa por criar empresas maiores, alerta o professor catedrático Nuno Fernandes, na conferência que assinala os 137 anos do JN.
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“É mais importante pensar em criar 'grow ups' do que 'start ups'”, avisa o professor catedrático no IESE Business School, na conferência “Onde queremos estar em 2030?”, que decorre na tarde desta segunda-feira na Porto Business School, em Matosinhos.
Sublinhando que “o défice de produtividade não está nas empresas grandes”, que “são muito produtivas”, o docente defende que o problema da baixa produtividade pode resolver-se através da junção de pequenas empresas, que “têm muito pouca produtividade”. “Assim, passamos a ter muito mais capital disponível”, sustenta, explicando que “as empresas pequenas têm muita dificuldade em participar nas cadeias de valor e internacionalizar-se, porque isso implica investimentos muito grandes”.
“As empresas pequenas têm muito pouca produtividade, e assim é impossível pagar salários altos. Se há baixa produtividade e baixo valor acrescentado, não temos capacidade para pagar bons salários”, explica Nuno Fernandes.
Na abertura da conferência, Inês Cardoso, diretora-geral editorial da Notícias Ilimitadas, que detém o JN, lembrou o “momento particular de pessimismo” e a “polarização social e política” que marca a atualidade, e alertou para a importância de “construir mais pontes e derrubar mais muros”.
O diretor do JN, Vítor Santos, observou que “os ciclos políticos e sociais são cada vez mais rápidos”, e “é muito importante olhar para estas dinâmicas tão rápidas, que nem sempre deixam pensar”. “É preciso olhar e perceber que Portugal queremos ter num ambiente difícil em termos sociais e políticos”, vincou.