Na área do comércio eletrónico foram criadas 615 empresas, mais do que as 570 de 2020 e as 389 de 2019.
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Encerraram em Portugal, no ano passado, 12 900 empresas, a que se juntam mais 1951 que iniciaram processos de insolvência em tribunal. Números "relativamente baixos", já que se mantêm inferiores aos de 2019, ou seja, do período pré-pandemia. Os dados são do Barómetro da Informa D&B, que aponta as medidas estatais de apoio à covid-19 como a explicação para a tendência.
"Antes de 2020, com os indicadores económicos relativamente favoráveis, havia mais encerramentos e insolvências do que em 2021. Nesse sentido, os diversos apoios surgem como uma das razões que explicam o recuo nos encerramentos e insolvências", defende a diretora-geral da consultora. Teresa Cardoso de Menezes admite que "há uma grande incerteza" quanto ao futuro. "Os apoios do Estado foram sem dúvida importantes para que muitas empresas conseguissem manter a atividade. Mas, em muitas delas, a sua continuidade depende também da forma inteligente como conseguiram utilizar esses recursos para se manterem ativas", defende. Apontando, ainda, que é preciso ter em conta a "resiliência própria" de cada empresa.
A responsável reconhece que o fim dos apoios levará a um aumento dos encerramentos, no entanto, acredita que o Estado terá isso em conta, "pesando não apenas os riscos de desemprego, mas também o momento em que tal situação possa acontecer". E acrescenta: "É diferente que um aumento de encerramentos e insolvências ocorra numa altura em que o tecido empresarial mostra maior dinamismo, com maior número de empresas a ser criadas, do que num momento como o atual, em que essa capacidade empreendedora, apesar de estar a evoluir positivamente, ainda não chegou sequer aos níveis de 2019".
Os dados mostram que, mesmo em pandemia, os portugueses continuam a empreender. Em 2021, foram criadas 41 656 novas empresas, mais 9,6% que em 2020, mas ainda 15,9% abaixo do pré-covid. Apesar de uma "aproximação aos valores de 2019" a partir do segundo trimestre.
Teresa Cardoso de Menezes diz que a pandemia acabou por se revelar "uma oportunidade de negócio" para subsetores, como a informática e o comércio online. Em 2021, nasceram 615 empresas de e-commerce, mais do que as 570 de 2020 e as 389 do ano anterior.