O setor da Construção atingiu em abril o valor mais baixo de encomendas desde que há registo, com um mínimo histórico de 5,6 meses de produção assegurada.
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O indicador de atividade do setor caiu em abril 46% em termos homólogos, para o mais baixo valor dos últimos 24 anos, de acordo com a análise de conjuntura da FEPICOP - Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas, divulgada esta quinta-feira.
A federação sublinha que esta queda é consistente com indicadores como o da venda de cimento, que não ultrapassou as 600 toneladas no primeiro trimestre do ano, o que corresponde a uma descida de 40% por comparação com os primeiros três meses de 2012.
Também a confiança dos empresários do setor mantém-se "muito negativa", de acordo com o comunicado da FEPICOP, com estes a apontarem a redução do crédito às empresas (- 14%, em termos homólogos em janeiro) e às famílias para aquisição de habitação (-60% em 2012 e nova quebra de 2,6% em janeiro) entre os fatores que mais condicionam a atividade.
A área licenciada para construção de edifícios não residenciais caiu 32,8%, em janeiro e fevereiro último deste ano. Já a área licenciada destinada à habitação caiu 40% nos dois primeiros meses do ano, tendo o número de novos fogos licenciados até fevereiro baixado 42% em termos homólogos.
Os trabalhos de reabilitação revelaram uma contração de 14% das respetivas licenças emitidas no mesmo período.
Nas obras públicas, o valor dos concursos abertos desceu 16% e o dos adjudicados 68% no primeiro trimestre, identificando-se como donos de obra que menos investimento aplicam neste domínio as regiões autónomas, que reduziram em 98% e 92%, respetivamente, o valor das obras lançadas a concurso e o montante dos trabalhos adjudicados, avança a FEPICOP.