Emprego praticamente garantido é uma segurança para os jovens que optam por esta área na UTAD Médias de acesso são modestas face a outras engenharias em voga
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Três estudantes de Engenharia Florestal na UTAD assistiram ontem à conferência “Floresta de oportunidades”: João Sabino, 21 anos, de Vila Real; Salomé Teixeira, 19 anos, de Penafiel; e Eduardo Alves, 21 anos, de Vila do Conde. São alguns dos poucos em formação naquela área na universidade com sede em Vila Real.
Em todos os casos foi o gosto pela Natureza que pesou na escolha, mas no caso dos dois rapazes houve motivação familiar. O avô de João era guarda-florestal e tem um tio que é engenheiro florestal. A família de Eduardo tem uma empresa na área. A Salomé convenceu-a a consciência de que poderá ser “uma oportunidade para aprofundar conhecimentos no setor da floresta”.
Eduardo Alves disse que esta área de formação “tem falta de interesse das pessoas por falta de conhecimento do que a floresta pode proporcionar” e que “normalmente associam-se os engenheiros florestais ao fogo”.
Os três ficam mais descansados por saber que a Engenharia Florestal é um curso que garante emprego, pois, salientou Salomé, “é um drama sair da universidade sem uma saída profissional”. João já concluiu a licenciatura e está a frequentar o mestrado em Sistemas de Informação Geográfica, que lhe vai dar “mais competências para trabalhar na área”.
Objetivo é tornar este curso mais “sexy”
O presidente do conselho diretivo da ordem dos engenheiros da região norte, bento aires, admitiu que tem o objetivo de fazer com que a engenharia florestal seja “sexy como outras engenharias”.
Admitindo que as engenharias clássicas, como a florestal ou a agronómica, têm hoje médias de acesso mais modestas quando comparadas com outras, como a engenharia aeroespacial, bento aires frisou que a engenharia florestal é “um curso com futuro e que tem emprego”. De resto, a ordem tem “tido muitas solicitações” para encontrar profissionais nesta área.
Esta é uma das justificações para trazer a floresta para o ordem do dia, através dos roteiros de engenharia, e para que se entenda que “a engenharia florestal é hoje muito mais tecnológica” e “não tem de andar sempre com os pés na lama”. Bento aires insistiu que “o futuro será tanto ou mais sustentável quanto mais engenheiros florestais tiver”.